quinta-feira, março 31, 2005
Notícias breves

"8.000 euros por una edición del Quijote de 1780. Un particular adquirió por 8.000 euros una edición del Quijote impresa por Joaquín Ibarra en 1780, y considerada una de las más bellas publicadas hasta entonces, en una subasta celebrada ayer en la Sala Durán de Madrid. La magnífica edición del Quijote del siglo XVIII, de la que se tiraron 1.600 ejemplares, fue subastada por el mismo precio de salida. Consta de cuatro volúmenes en plena piel arbórea, con bellos hierros, doble tejuelo, lomo liso y cuajado, con un retrato copia del que el Conde de Aguila regaló a la Real Academia y un mapa obra de Tomás López. Las láminas fueron dibujadas y grabadas en cobre por los mejores artistas de la época como A. Carnicero, J. del Castillo, J. Brunete, B. Barranco, P. Arnal, G. Gil y P. Moles, J. Fabregat, J. Ballester, J. de la Cruz, o G. Ferro y para el texto sirvió de modelo la edición que por entonces se tenía por primera, eso es la segunda de Cuesta, fechada en 1605. Incluye además un trabajo documentado de Vicente de los Ríos con el análisis del Quijote y de la vida de Cervantes."


"Claude Levi-Strauss galardonado con el XVII Premio Internacional de Cataluña
El antropólogo Claude Levi-Strauss (Bélgica, 1908) ha sido galardonado con el premio Internacional de Cataluña, dotado con 80.000 euros. Los escritores Miguel Delibes, Kazuo Ishiguro e Ismael Kadaré, los cineastas Clint Eastwood e Ingmar Bergman, o el cooperante Vicenç Ferrer eran algunos de los 16 finalistas que competían con Levi-Strauss en la XVII edición del Premio Catalunya que concede la Generalitat a aquellas personas que han contribuido con su trabajo a desarrollar valores humanos culturales o científicos. El presidente de la Generalitat, Pasqual Maragall, ha hecho público hoy el veredicto, en su calidad de presidente del jurado, que estuvo integrado por el filósofo Xavier Rubert de Ventós, Wijdan Ali, historiadora del arte, Ricard Bofill, arquitecto, Juan Manuel Bonet, crítico de arte, Josep Maria Castellet, escritor y editor, Núria Espert, actriz y directora teatral, Edgar Morin, sociólogo, Baltasar Porcel, escritor, Andrea Riccardi, historiador, Mstislav Rostropóvich, violoncelista; y el historiador Hugh Thomas. De manera excepcional, el presidente de la Generalitat, Pasqual Maragall, entregará el galardón al filósofo y antropólogo el próximo 13 de mayo en la Academia Francesa de París, "no sólo por la significación de la persona, sino también por su edad, 97 años". En nombre del jurado, el filósofo Xavier Rubert de Ventós destacó que "se trata del último gran pensador vivo en la tradición francesa de codificar lo que pasa en el mundo, y además un pensador que se ha negado a separar Naturaleza y Cultura"."


(Publicadas a 29 e 30/03/2005, respectivamente, no El cultural)
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quarta-feira, março 30, 2005
"Centenaire de Sartre en 2005" - II
Sartre (2)
por Eduardo Prado Coelho, Público de 30 de Março:

Gilles Deleuze escreveu nos seus "Dialogues" com Claire Parnet: "Na Libertação permanecíamos bizarramente apanhados na história da filosofia. Simplesmente entrava-se através de Hegel, de Husserl e de Heidegger. Precipitávamo-nos como cães enraivecidos numa escolástica pior do que a da Idade Média. Felizmente havia Sartre. Sartre era o nosso Exterior, era verdadeiramente a corrente de ar do pátio (e era pouco importante saber precisamente quais eram as suas relações com Heidegger do ponto de vista de uma história por vir). Entre todas as possibilidades da Sorbonne, era ele a combinação única que nos dava a força para suportar a nova ordem restabelecida. E Sartre nunca deixou de ser, não um modelo, um método ou um exemplo, mas um pouco de ar puro, uma corrente de ar que o acompanhava quando vinha do Flore, um intelectual que mudou singularmente a situação do intelectual. É estúpido perguntarmos se Sartre é o princípio ou o fim de alguma coisa. Como todas as coisas e pessoas criadoras, ele está no meio, cresce pelo meio."Aqueles que viram o filme que passou no Instituto Franco-Português e também, numa versão diferente, na Fundação Calouste Gulbenkian (com salas à cunha, o que prova que Sartre não está esquecido) terão visto sobretudo quartos despojados, como se Sartre fosse um monge com a Plêiade ao fundo. Quase não havia livros. Uma secretária simples, reduzida a uma tábua de madeira, um divã austero, uma forma reduzida e displicente de vestir. Sartre vai à rua e procura comprar jornais, seja qual for. Percebe-se que é um fanático da informação - e isto num tempo em que apenas havia rádio, e se aguardava por esse magia insólita que é a televisão. Estava longe de ser bonito ou sedutor. E contudo ele foi um desses homens rodeados de mulheres, a começar pela "sartreuse", como se poderia chamar marialvamente a Simone de Beauvoir. Esta tinha um pensamento duro, e uma escrita rude e sem recortes. Mas ela e Sartre constituíram um desses casais míticos do século XX. Cada um tinha amantes, e, no caso de Simone, havia homens e mulheres. É famoso o seu caso com o romancista americano Nelson Algren (com quem amainou o seu feminismo e teve mesmo atitudes de inesperada condescendência). Às vezes Sartre e Simone trocavam amantes. Mas tiveram um princípio que suscitou o espanto e admiração de várias gerações: defenderam uma relação fundada numa transparência absoluta. Porque não há em Sartre espaço para o inconsciente.Num dos seus textos, com dimensão autobiográfica, Sartre escreveu: "As nossas relações pareciam superiores em valor, em carácter essencial, a todas as que eu tinha tido com outros homens e outras mulheres, na mesma época. É claro que era machista, mas, quando encontrei Simone de Beauvoir, tive a impressão de ter as melhores relações que se pode ter com alguém. As relações mais completas. Não falo da vida sexual e da vida íntima. Falo também da conversa ou da discussão a propósito de uma decisão importante da vida."
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"Centenaire de Sartre en 2005" - I
O intelectual dos intelectuais (1)
por Eduardo Prado Coelho, Público de 29 de Março:

Estava na praia, em São Martinho do Porto. Tinha 16 ou 17 anos. Todas as manhãs chegava ao café por volta das nove e meia, com jornais e um livro. Alguns desses livros eram volumosos. Por exemplo, O Ser e o Nada e, mais tarde, a Crítica da Razão Dialéctica, ambos de Sartre. Antes de ir para praia por volta do meio-dia, lia páginas sucessivas, procurando compreender, o que nem sempre era fácil.

Mais tarde, a Europa-América convidou-me a traduzir um dos livros de ensaios, Situações. O que fiz com o prazer de descobrir uma escrita vertiginosa, um sentido da estética da linguagem, embora Sartre visasse mais a transmissão da mensagem do que o prazer do significante. Mas Situações vinha-me explicar que um escritor está sempre no meio da história, confrontado com o conflito essencial da sua época: para ele, a oposição entre socialismo (que em dada altura desastradamente identificou com a URSS) e capitalismo (fundamentalmente, os EUA). Sartre escreve admiravelmente, mas não é com a escrita que se preocupa. Um famoso debate perguntava: "Que é a literatura?" E acima de tudo nós íamos aqui encontrar uma dessas noções que tiveram a sua época: o compromisso - ou, se preferirem, l"engagement. Mais do que o homem da liberdade, o homem em que o para-si fazia sentido libertando-se do em-si, Sartre foi para nós, envolvidos na ideia de esquerda, o homem do compromisso. E nesse sentido foi o intelectual - ou melhor, o intelectual dos intelectuais. O modo siderante como argumentava (e as suas polémicas com Camus, Merleau-Ponty, Aron, ficaram famosas) parecia não ter equivalente. Os livros de filosofia que escrevia pareciam totalizar a cultura e história do seu tempo. A política era nele uma paixão permanente. Nas manhãs de praia, ouvindo o ruído das ondas, tinha a sensação de que ele pensara tudo e de que ele dera um sentido a tudo.

Depois, vieram os tempos das estruturas, isto é, aqueles em que o sujeito não imaginava os possíveis da história, mas aparecia como um efeito de superfície de um processo obscuro em que as marcas do sentido iam operando como se fossem máquinas. Não se falava em sujeitos que desejam, mas em máquinas desejantes. Até que um dia Derrida escreveu sobre Sartre em Les Temps Modernes. E antes Deleuze tinha escrito sobre ele. Michel Foucault tinha declarado numa entrevista de 66 a Madeleine Chapsal: "Fizemos a experiência da geração de Sartre como sendo uma geração certamente corajosa e generosa, que tinha a paixão da vida, da política, da existência. Mas para nós descobrimos outra coisa, uma outra paixão: a paixão do conceito e do que eu chamaria "o sistema"."O que é interessante, e resume a segunda metade do século XX, é que Sartre e Deleuze, e ainda Foucault e por fim Derrida pareçam hoje encontrar-se na figura do intelectual. Mas Sartre foi certamente o intelectual dos intelectuais.
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terça-feira, março 29, 2005
L’art d’être pipelette*
* Por Jean-Baptiste Baronian "Le Magazine littéraire" n°440Mars 2005

Dans l’histoire littéraire du xixe siècle, Eugène de Mirecourt (1812-1880) ne jouit d’aucun statut enviable. Le seul qu’on daigne parfois lui accorder est celui de pipelette pour la bonne et simple raison qu’il s’est amusé à portraiturer les grands hommes de son époque, dans une série de petits volumes au format in-32, à travers une collection baptisée Les Contemporains et publiée chez différents éditeurs entre 1854 et 1858, puis souvent réimprimée par la suite. On y trouve tout le Gotha ou presque : Hugo, Mérimée, Berlioz, Rossini, Guizot, Raspail, David, Janin, Gautier, Proudhon, Sue, Ledru-Rollin, Lacordaire, Ingres, Sand, Lamartine ou encore Nerval dont il a écrit, en 1855, la toute première biographie. Avant que le pauvre Gérard ne connaisse un long purgatoire.Et il n’a épargné personne ou presque, prenant un malin plaisir à rapporter des ragots et à mettre davantage en avant les défauts et les travers de ses contemporains que leurs qualités. Ce qui lui a valu pas mal de déboires, aussi bien avec les journaux qu’avec ses personnages, et de fréquentes poursuites judiciaires… Bien qu’elles manquent en général de rigueur, ces publications sont aujourd’hui assez prisées car, entre deux propos méchants ou futiles, on relève des informations et des détails fort intéressants. Sans compter que sur certains auteurs non négligeables mais oubliés, comme Léon Gozlan ou Emmanuel Gonzalès, il n’existe guère d’autres sources que celles d’Eugène de Mirecourt.
Son ouvrage le plus retentissant reste cependant le pamphlet qu’il a écrit contre Alexandre Dumas et qu’il a fait paraître en 1845 « chez tous les marchands de nouveautés » : Fabrique de romans, maison Alexandre Dumas et compagnie. Il le traite de pirate, lui reproche son mercantilisme et la légèreté avec laquelle il se contente de recopier les textes de ses nègres, leurs bévues y compris, et estime qu’à force de faire appel à ses « ouvriers » l’homme avide qu’il est tue la littérature. Bien sûr, Dumas allait aussitôt réagir et demander réparation devant le tribunal correctionnel de Paris. Sur quoi, Eugène de Mirecourt devait être condamné pour diffamation à une forte amende et à quinze jours de prison. Et voilà la principale raison pour laquelle Fabrique de romans est devenu un opuscule que les collectionneurs convoitent toujours mais qu’ils ne voient presque jamais circuler chez les libraires spécialisés et en ventes publiques. Qui a prétendu que les brûlots ne traversaient jamais les âges ?
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Do Brasil... sites de literatura - III
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quinta-feira, março 24, 2005
Bom fim-de-semana!... e feliz Páscoa!
Porque vai ser mais prolongado, fica já hoje desejado...

Henri Matisse, Woman Reading
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Do Brasil... sites de literatura - II
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"Oeste", de Manuel Rivas
O mais recente número da Periférica adianta, em primeira mão, um excerto da obra que Manuel Rivas irá publicar em breve.
Citando o amigo Manuel Bragado no blog Bretemas: "A densidade e o alento do fragmento promete o mellor. Boa lectura!!!".

“O avó Maiacurí cazaba as noticias co punteiro ferrado do seu bastón bengala. Tiña preferencia polas amareladas, untadas pola xeada e a solleira, levadas ao chou polos mesmos carreiros das follas secas, aínda que o papel das noticias voa un paso atrás, galináceo, e en solitario. Follas das árbores e follas de xornais, ceibadas da data, móvense no oeste en rabaños de atolada melancolía. Ás veces encrequenan no recanto dun portal abandonado, cubertos de lidro, como o pelello dun animal doméstico, que volveu da viaxe da noite coa labazada fría dos mortos, e non foi quen de atopar o oco da gateira. No monte da Torre, no outeiro mariño no que se ergue o faro de Hércules, algunhas destas follas peregrinas prenden nas matogueiras espiñentas, e fanse carne seca. Mais hai algunhas, poucas, que entran nun enlevo, suspensas ao puro leilán, tatuando o vento.
Esas son as preferidas polo punteiro do bastón bengala de Antonio Vieira, o avó Maiacurí.
Aí vén unha. Fai como quen non a ve. E de súpeto, zas!, o bastón bengala móvese como un arpón no ar, fai unha parábola e espeta a noticia no carreiro aberto polos pés na herba mol. O paso é polo algo acantilado do Gaivouteiro, cara a Fura do Touciño, e algo hai de ave de mar na peza de papel. Unha postrema axitación de plumas temoneiras.

Maiacurí deixaba o goberno d’A Lanterna de Aristóteles, ultramarinos, e escollía o comezo do verán, o mellor verán, segundo el, para pasar unha tempada na Coruña. Viña ver os barcos. Non era ningunha desculpa nin un mero xeito de falar. Era a verdade. Toda a verdade. Erguíase moi cedo para ir ao Muro, a lonxa do peixe, onde descargaban as bacas e bous do Gran Sol. Aínda que alí só se vendía á puxa, e en lotes grandes, conseguía sempre algo de peixe, con preferencia meigas e douradas. El non o comía nunca. Non lle gustaba o peixe, senón os barcos. Así que co tempo cheguei a pensar que a razón daquela merca era tamén facerse con noticias, neste caso molladas e con escamas, pois daquela era o papel prensa o envoltorio usual. Dende logo, desfacíase axiña do peixe, como quen se afasta por fin dunha infinda e inocente tristura para deixala en boas mans, neste caso, nas de Neves, a cociñeira e asistenta, mais durante uns minutos lía naquelas túnicas de periódico que serviran de sudario mariño. Non ten porque resultar estraña esta observación pola miña parte. O que era estraño, e velaí a miña atención, era que o avó Maiacurí non lera os xornais normais, enteiros, habendo como había varios, mesmo os dous que chegaban cun día de atraso por suscripción dende Madrid.
Desta primeira incursión, a da lonxa, regresaba cando de Mera, na outra beira da baía, saía a traíña do nacente a todo remar. Así que el chegaba á casa cun home de sol ao lombo. Logo almorzaba e dende a galería, feliz como unha ra arredor da poza, tomaba unha medida panorámica do porto. Adoraba a súa filla, e mantiña un silencio solemne diante das súas pinturas. E a súa filla, Chelo, respectaba ese silencio. Non recordo terlle oído nunca preguntar a opinión, á pescuda dun adxectivo, séndolle tan doado acadar a loanza de quen tanto a quería. Seguro que a Antonio Vieira lle gustaban aqueles cadros, eu diso non teño dúbida, pois penso que o cheguei a coñecer algo, mais supoño que tamén se preguntaba, como facía case todo o mundo, o porque Chelo non pintaba paisaxes, e sobre todo, por que non pintaba mariñas.
Eu tiña a resposta á pregunta que o avó non fixo. E a quen a fixo, non lla quixen dar.
Chelo pintaba paisaxes na miña man. Souvenirs, dicía ela. Cando ficaba satisfeita, engadía como un trazo final: Souvenir de Corot. Así que para min ese nome sempre foi algo moi familiar, como unhas cóxegas na man.
Cando me tardaba a fala, cando se trababa unha palabra, e ela notaba que aquela pelexa coa linguaxe estaba a reducirme a un espanto xeado, dun ser interior que castanexa os dentes no frío, mais uns dentes e un frío por dentro, por detrás dos ollos, por detrás da lingua.
–Vén.
E pintaba na man un Souvenir. Hoxe, branco, azul, gris e prata.
Ese tic de abrir e pechar a man.
–A ver. Que tes aí? –preguntaba o avó Maiacurí.
Pola tarde, saiamos cara o Monte Alto deica chegar ao faro de Hércules. Mais antes faciamos un alto no bar da Parra, sentados baixo a uveira. Dicíame: “Xa verás como se ri”. Cando viña a dona, el pedía para min unha gaseosa La Revoltosa. “E para o vello, un branco eléctrico”. E era verdade que se ría.
–Agora déixame ver que levas aí, nesa custodia.
Eu abría a man moi, moi a modo.
–Un barco, eh? Un barco na néboa. Que sorte tedes algúns.
Mais había outro tratamento que facía Chelo para tentar aconchegarme coa linguaxe. Aprenderme canto antes a ler e escribir. Moito antes de ir á escola. Comecei a escribir con debuxos. Antes que as letras, as formas. As quebradas, as espirais, as cruces. De tal maneira que as letras, cando chegaron, eran tamén formas da natureza, como o “t” é un mastro dun barco e o “l” un ciprés. E o “o” pode ser moitas cousas. O “o” pode ser o sol e a lúa. Nós tiñamos unha lavandeira que se chamaba O. No santoral era A Nosa Señora da Expectación, María do O. A min facíame moita graza cando a miña dicía ao vela xa de lonxe pola rúa: “Velaí vén a Nosa Señora da Expectación”. Era doado distinguila, pois traía un O enorme enriba da cabeza. Dentro dese O viña a roupa. Cando se achegaba, a súa cara era tamén un O moi risoño, con dous ollos moi claros, de tal maneira que a súa presenza remitía ao sol, mais tamén ao circos da auga.
–Ola O.
O, a lavandeira, foi unha das mulleres que pintou Chelo. Esa serie que parecía infinda, e que de feito o foi, e que ela chamaba Mulleres que levan cousas enriba da cabeza".
© Manuel Rivas
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quarta-feira, março 23, 2005
Sobre a necesidade da crítica independente
Un artigo de: Manuel Rodríguez Alonso
[19/03/2005] in Cartafol de Libros.

Nestes últimos tempos está a suscitarse nos medios intelectuais galegos un certo debate sobre cal debe ser a función da crítica. A función da crítica é e será informar sobre as obras que xorden cada día e opinar honrada e sinceramente sobre elas. Por outra banda, a crítica realízase nun determinado medio, no noso caso o galego, que a condiciona.

O mundo cultural galego presenta unha serie de características, algunhas comúns con outros medios e outras propias, que fan moi necesaria a existencia dunha crítica independente e á marxe dos circuítos tradicionais, como xa sinalamos nun artigo desta mesma publicación hai pouco.

Pensemos que os libros, por moi ben cultural que sexan, teñen un prezo e son tamén un produto de mercado. Eu, como simple consumidor, antes de mercar unha novela, un poemario, un ensaio, un dicionario ou unha gramática quero ter unha información dun técnico sobre ese produto. Ninguén merca un televisor, unha radio ou un coche sen se asesorar antes. Non podemos deixarnos levar polas opinións do vendedor nin polas do gremio ou colectivo profesional dos que proporcionan ese obxecto de consumo, pois sempre dirán que é moi bo. Ben está que os do gremio se defendan entre si, pero isto non implica que outros non defendamos tamén os nosos intereses. Como ben sinala Günther Haensch, non podemos pagar entre vinte e cincuenta euros por un libro, dicionario, ensaio que damos por bo só polo argumento medieval de autoridade ou pola opinión interesada do gremio que o produce.

Ademais, algúns libros, como é o caso de moitos libros galegos, pagámolos realmente tres veces ou máis: a primeira cando aboamos o seu prezo na libraría; outras dúas porque son obras habitualmente subvencionadas ou editadas pola Xunta e das que mercan unha certa cantidade institucións públicas (universidades, institutos, bibliotecas públicas, etc.); a terceira, porque moitas destas obras serven para que os seus autores as presenten como méritos para postos dentro da Administración (profesores, inspectores de ensino, normalizadores, etc.), cuxos soldos tamén saen do peto dos cidadáns. Ata algunhas chegamos a pagalas por cuarta vez, cando as len ou as usan os seus autores como base de conferencias ou leccións en cursos e congresos literarios e culturais pagados pola Xunta e outras institucións. Xa que logo, eu, como consumidor e cidadán, teño dereito a falar e a informar sobre o que pago xa non só tres veces, senón catro ou cinco.
Pregunto ademais: ¿quen controla estas subvencións?, ¿a quen se lles conceden estas subvencións? Se se repasan as listas de subvencionados, veremos que hai nomes que se repiten e repiten... Por certo, que ninguén pense que quen isto escribe protesta porque quere recibir convites, conferencias, etc. Creo que moitas destas subvencións poderían empregarse mellor noutras cousas e abondaría con colgar moitos textos literarios e conferencias de congresos en calquera enderezo institucional de Internet de xeito gratuíto. Así mesmo, os asistentes a cursos e congresos de crítica literaria e similares adoitan ser moitas veces os coñecidos dos organizadores, os amigos ou os profesores e funcionarios que buscan os puntos deses cursos, que agora esixen para as subas de soldo e a promoción profesional, que lembran aqueles puntos da cartilla Valispart de cando algúns eramos nenos.

Fronte a esta endogamia, o crítico independente sempre está aberto ao debate. Pero no noso mundo cultural oficialista nunca se convidan voces disidentes aos foros institucionais e subvencionados: os disidentes non son científicos, arman leas, son malos compañeiros, son resentidos, non teñen rigor universitario... Se tan parvos son, eu non sei como temen debater cos independentes e insubmisos... Por certo, despois que non se alporicen cando os critiquen en medios coma este e que non lles manden aos críticos mensaxes cheas de faltas de ortografía en son de protesta e pedindo explicacións en privado. Que se afagan a debater en público. Debe quedar claro que nós, con cortesía e argumentos, defenderemos gratis, sen subvención e sen puntos valispart as nosas opinións alá onde queiran debatelas...
Outro problema no medio galego é que moitas persoas aínda cren que polo só feito de escribiren literatura en galego, cultivaren a crítica literaria en galego, elaboraren dicionarios ou gramáticas do galego..., teñen que recibir unha crítica positiva. Criticar algunha obra galega negativamente é ser un antipatriota. Os que non son patriotas son os escritores e intelectuais, que X. L. Barreiro denomina de oportunidade, que non se molestan, se viven da palabra, en aprenderen e melloraren o galego e as técnicas literarias. ¿Que editorial castelá, francesa, portuguesa, alemá... publicaría libros con erros rechamantes como fan ás veces editoriais galegas, que parece que non os len antes de os daren ao prelo? ¿Publicaría La Voz de Galicia un artigo semanal en castelán que tivese tantos erros como os que presentan semana tras semana os dunha filóloga profesional da Complutense madrileña que parece incapaz de estudar o galego estándar?

Tamén teriamos que falar dos prólogos e presentacións de autoridade. O pope ou popes habituais escriben un prólogo ou fan unha presentación en que din que o libro é unha marabilla... Despois comprobamos que nin o leron. O mesmo pasa cos autores que citan a autoridade do pope de rigor no prólogo do libro.
Por estás razóns é necesaria unha crítica independente e plural, que estea disposta ao debate, que ofreza e discuta opinións contrapostas... Despois serán os lectores os que escollan, pois non son parvos. Esperemos que as presións non rematen por pechar os poucos espazos que aínda quedan para este tipo de crítica. Menos mal que grazas a Internet esta crítica libre e desinhibida está a experimentar un bo auxe.

Digamos, como remate, que estamos á disposición dos nosos criticados para debater con eles os nosos argumentos, pero sempre con luz e taquígrafos, e falando de canto se cobrou en subvencións, cal foi o traballo do bolseiro e o do director-coordinador do libro, onde se presentou como mérito para obter un traballo ou promocionarse profesionalmente, quen recomendou a subvención, que outras obras se desbotaron para elixir esa, como se premiou, quen son habitualmente os membros dos xurados, etc.

E que non se nos entenda mal: cremos que a cultura debe ser subvencionada –máxime se é unha cultura minoritaria e minorizada coma a galega–, que hai que encher as bibliotecas públicas e as dos centros de ensino de libros en galego, que debe haber premios literarios..., pero co adecuado control democrático e con moita, pero que moita luz.
© Vieiros
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Coimbra quer ser Capital Mundial do Livro em 2007
"Coimbra pretende assumir-se como a Capital Mundial do Livro em 2007, tendo apresentado no sábado a sua candidatura à UNESCO, revelou anteontem o presidente da câmara municipal. Carlos Encarnação justificou a candidatura com o facto de se tratar de um evento de grande dimensão e de o livro ser a base de uma das actividades económicas mais importantes exercidas em Coimbra. O autarca aludia à presença na cidade de uma das mais antigas universidades da Europa, já com mais de sete séculos de existência, produtora de saber, de cultura, muitas vezes materializados em obras impressas. Preparada e formulada pela autarquia, a candidatura mereceu o apoio da universidade, bem como de livreiros da cidade. Mário Nunes, vereador da cultura na Câmara de Coimbra, adiantou tratar-se da única candidatura portuguesa a um evento que já teve edições em cidades como Alexandria, Madrid e Nova Deli." in Publico.
posted by George Cassiel @ 12:16 da tarde   0 comments
terça-feira, março 22, 2005
Nélida Piñon
"Acho que foi mais ou menos aos 8 anos. Eu amava os livros; os livros me traziam uma realidade que o cotidiano não me trazia, tinham uma realidade mais rica. Percebi que cada vez que eu lia um livro eu viajava, visitava a alma alheia, saía de mim mesma para crescer; passava a duvidar da realidade visível que eu estava vendo. Me dava conta de que eu não devia confiar naquilo que eu via ao meu lado: era muito pouco, insuficiente. Quanto mais eu lia, tanto mais me dava conta de que existiam universos poderosos, quase cósmicos, que me cabia conhecer, apropriar-me deles. Ao mesmo tempo eu começava a ter uma inveja deslumbrante, me dava conta de que escrever era um prazer único."

Como e porquê começou a escrever?
(AUTO-RETRATOS, Giovanni Ricciardi, editora Martins Fones)
posted by George Cassiel @ 12:30 da manhã   0 comments
segunda-feira, março 21, 2005
Dia da Poesia... Primavera


Dia de primavera -
A porta das traseiras
Abre-se sozinha

Do nariz do Grande Buda
Voa
Uma andorinha


de Issa Kobayashi, in Primeira Neve, Assírio & Alvim, 2002
posted by George Cassiel @ 5:44 da tarde   1 comments
Clarice Lispector - II
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
posted by George Cassiel @ 2:57 da tarde   0 comments
Memoria de mis putas tristes
Megalançamento, gigantesca operação de marketing... ninguém fica indiferente!

Garcia Marquez e a sua novela mais recente tornaram-se assunto literário do fim de semana.

Quando passou por aqui mereceu uma pequena nota a 14 de Fevereiro:

«... uma "reescrita", bem conseguida, do clássico de Yasunary Kawabata "A Casa das Belas Adormecidas". Não estava a espera desta surpresa, apesar do autor colocar no início da obra uma citação do japonês. O ponto de partida é o mesmo. Argumentos semelhantes, mas estilos substancialmente diferentes. O resultado é bom.»

Nota final: gosto mais da capa da edição castelhana.
posted by George Cassiel @ 10:40 da manhã   1 comments
Do Brasil... sites de literatura - I
posted by George Cassiel @ 10:28 da manhã   0 comments
sexta-feira, março 18, 2005
Bom fim-de-semana!
posted by George Cassiel @ 3:14 da tarde   0 comments
Clarice Lispector - I
"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."
posted by George Cassiel @ 9:32 da manhã   2 comments
quinta-feira, março 17, 2005
Francisco Umbral - novo livro I


Francisco Umbral apresenta, assim, o livro que sairá hoje em Espanha: «ESTO SON UNAS MEMORIAS COMO MAS PERIODISTICAS, DONDE HABLO DE LA GENTE MAS QUE DE ESA GENTE QUE SOY YO. O SEA UNA MALA GENTE»

«Quisiera uno seguir refugiándose todos los días en estas páginas, que son al mismo tiempo una inmersión en el agua bautismal de la literatura y una huída hacia tiempos más felices o que ahora nos parecen tales, porque conservan un resol de juventud que se irá empalideciendo. Ahora comprendo que escribir unas memorias, aunque ligeras como éstas, es más metafísico y corazonal de lo que uno pensaba. Me cuesta dejar este libro porque me ha hecho mucha compañía durante los meses de su escritura. Y no porque haya pensado mucho en él, que no ha sido así, sino porque de pronto abrí un espacio inédito en mi vida, una cancha libre y aireada para correr en todas direcciones y de cualquier manera.»
in "DÍAS FELICES EN ARGÜELLES" de Francisco Umbral.
posted by George Cassiel @ 4:03 da tarde   0 comments
Francisco Umbral - novo livro
"Días felices en Argüelles"
Planeta. Barcelona, 2005. 224 páginas

(...) En estas memorias, “periodísticas” sólo en apariencia, el escritor habla un poco de todo, de los demás y de sí mismo. Es un libro sencillo para lectores cultos, conocedores de la literatura y de la obra del autor. En estas páginas Umbral ha intensificado su melancolía, ese sentimiento íntimo celosamente resguardado tras una actitud provocadora y cínica. La melancolía de los años y el recuerdo aflora por doquier en estos Días felices en Argüelles. En sus capítulos se habla de periodismo y literatura (al periodismo propiamente dicho se dedica un capítulo entero: “Los periódicos”, uno de los más largos), de la amistad y el amor, de viajes por Europa, de lecturas y libros (propios y ajenos), de la creación literaria o de la poética que inspira la literatura del autor. Y la variedad de contenidos encuentra su profunda unidad de conjunto en la omnipresencia del yo autorial y en la calculada recurrencia de temas y motivos como la referencia a los años de juventud en el barrio madrileño destacado en el título y a su amiga violinista, la reaparición de personas recordadas y las frecuentes analepsis y prolepsis en donde se recuerda lo ya dicho antes o se anticipan aspectos de algo que saldrá más adelante.

Todo es literatura en Umbral. Cuando habla de amigos, éstos son escritores, admirados y de prestigio reconocido, como Cela, Hierro y Aleixandre. Y la brillantez de Umbral se ilumina en la metáfora inspirada por la bombona (“ala de oxígeno”) que ayudaba a respirar a Hierro. Si evoca su aprendizaje como escritor, se descubre un voraz lector (sobre todo de poesía, en la que se fragua su prosa poemática) que hizo su “bachillerato lírico” en la temprana lectura de los poetas del 27 y su conexión hispanoamericana en Neruda, a los que se suman los simbolistas franceses, con Baudelaire a la cabeza. Cuando se refiere a sus libros, a su prosa lírica y a los premios recibidos (el Nadal, el de la Crítica Española, el Nacional, el Príncipe de Asturias y el Cervantes), reflexiona haciendo también literatura sobre literatura. Y en los capítulos más periodísticos, centrados en la observación de la vida o en el recuerdo de situaciones y episodios pasados, también procede con irrenunciable finalidad literaria. No en vano el estilo de Umbral, por más que aquí se contenga en una prosa embridada y más sencilla, vuelve a menudo por sus mejores galas en sorprendentes acuñaciones lingüísticas como “boom latinoché” (pág. 111), “prosa viandante” (págs. 118-119), “barzonear” (pág. 125) o esta insólita imagen que asocia el paso por Stuttgart con el recuerdo de Marlene Dietrich y su célebre película: “Los ángeles azules de aquella ciudad eran putarazanas rubias y circenses” (pág. 152).


por Ángel BASANTA, in El Cultural
posted by George Cassiel @ 3:54 da tarde   0 comments
Francisco Umbral - entrevista (30/8/2003)
(...)En estos momentos de aparente "todo va bien", ¿dónde están los críticos? ¿qué hacen los intelectuales?
-Personalmente me comprometo todos los días. Los intelectuales que escribimos en los periódicos lo hacemos para aportar algo comprometido. El columnista político es un intelectual que emplea el periódico para divulgar más sus ideas. Otra cosa es el tema de la literatura política, ahí sí creo que existen pocas aportaciones. Este invierno se me ocurrió escribir una novela política sobre el PSOE. Acabo de terminarla y saldrá a primeros de año. Me ha gustado como ha quedado.
-Metidos ya en terreno político, cuando escribió "La Derechona" ¿en quién o qué pensaba?
-Hay una Derecha y una Derechona. Digamos que La Derechona es la extrema Derecha, afortunadamente no violenta. Es un amplio concepto que no se encuadra sólo en un partido, es más que el PP. Ahí estarían grandes empresarios, poderosos banqueros, una parte de la Iglesia... toda esa Derecha que siempre se ha creído dueña de España de ahí el aumentativo de Derechona.
-De niño usted vivió en Valladolid. Salvando la diferencia de edad, si se hubiese encontrado por aquellas calles al Sr. Aznar ¿hubiesen sido amigos?
-Hombre, de pequeño uno es amigo de casi todo el mundo. Las diferencias políticas no existen. En la actualidad si coincidimos nos saludamos mutuamente, sin mucha efusividad pero con corrección.
-Dicen que leer un libro es iniciar una aventura y dejarse en manos de un guía que te conduce a un lugar por descubrir. ¿Adónde se puede llegar de su mano?
-A muchos sitios. Se puede llegar al ateísmo, al suicidio, al enamoramiento, al socialismo...
-Me gustaría hacerle algunas preguntas personales.
-También me las puede hacer usted indiscretas.
-Si me dejo llevar de los titulares que acompañan a su persona, de sus respuestas y comentarios en diferentes medios de comunicación, llegaría ante un Umbral muy distinto al que tengo ante mí en este momento. ¿Cómo se puede ser tierno y cruel a la vez?
-En la vida social y pública, que es la que recoge por ejemplo la televisión, hay que defenderse, porque si no le devoran a uno. En cambio escribiendo aquí tranquilamente puedo expresarme como soy, un buen chico. No tengo a nadie que me acose. Estoy relajado con mi gata, sin problemas.
-¿Por qué con frecuencia se acude a usted buscando morbo y provocación?
-Está en las leyes del periodismo que ante todo siempre hay que buscar un titular. Eso hace que en ocasiones se emplee una frase -incluso manipulándola- para darle más fuerza a una entrevista o una declaración.
-Llega la pregunta obligada. Con esa mente tan prolífica, ¿qué le sirve de fuente de inspiración?
-No tengo una única fuente de inspiración. Estoy en contacto con políticos, periodistas, gente con la que cambias opiniones y siempre te informan de algo. Luego están las distintas noticias que aparecen en los periódicos que siempre presentan cosas interesantes. Procuro que mi columna no sea algo lineal. Para ello hace falta estar muy informado y tener grandes dosis de imaginación que permitan hilar lo que está ocurriendo. En literatura es un proceso más lento.
Estamos terminando la entrevista y se acerca el momento de las fotos. Umbral se retoca -tiene el pelo alborotado- y la pregunta me la pone en bandeja. ¿Es presumido?
-Muy presumido, de toda la vida. Me gusta cuidarme... pero sin ser homosexual ni nada -me aclara-, porque parece que todos los hombres que se cuidan son homosexuales.... pues no.

por Mariló Hidalgo, in "Revista Fusión".
posted by George Cassiel @ 3:51 da tarde   0 comments
Francisco Umbral

Cuando Umbral recibió en 2000 el premio Cervantes, comenzó así su discurso: “Yo, como don Quijote, me invento pasiones para ejercitarme. Esta gentil declaración de Voltaire encierra, me parece a mí, la más fina y sutil interpretación de Cervantes. Porque Don Quijote no está loco y Cervantes mucho menos, eso lo sabemos desde el principio del libro.

Don Quijote es hidalgo cincuentón y soltero que, llegado a ese ápice de la vida, decide pegar el salto cualitativo y cambiar la realidad de los libros por la irrealidad de la vida, mucho más palpitante y vibrátil de lo meramente escrito. Don Quijote principia, o casi, por hacer realidad una metáfora, los molinos que se parecen a los gigantes, y arremete contra una realidad literaria que le desbarata, como tantas otras le van a desbaratar a lo largo de su nuevo camino. Pero aprendamos esto: que Don Quijote nunca se enfrenta sino contra metáforas del vivir, desface alegorías y yangüeses, o reposa en unos duques, de modo que la locura empieza con la realidad y no antes.

Voltaire vio bien que el hombre en madurez o pega ese salto que digo o le coge ya la postura a la vida, que es la muerte, y no dará más de sí. Don Quijote acierta con ese momento en que se cambia de vida, de cabalgadura, de compañía –Sancho Panza– de curas y bachilleres, de dueñas y sobrinas, del mismo sol en las mismas bardas. Los libros que leía le estaban hurtando a la poesía de la acción con la poesía poética y mala de la dicción”.
por Ángel BASANTA, in El Cultural
posted by George Cassiel @ 3:44 da tarde   0 comments
Francisco Umbral (España, 1935)

"Periodista y escritor español nacido en Madrid, villa que ha glosado en multitud de páginas, aunque desde muy joven vivió en Valladolid, otra de las ciudades clave en su literatura, pues fue allí donde se inició como periodista bajo el magisterio de Miguel Delibes. Enviado en 1961 a Madrid en calidad de corresponsal, se convierte en unos años en un cronista de prestigio por la originalidad de su enfoque periodístico y por la sensibilidad de su mirada sobre lo cotidiano, que concilia la precisión no exenta de inventiva y un mordiente sentido del humor a menudo abrumado de amargura. Ya periodista y escritor de éxito colabora con los periódicos y revistas más variadas e influyentes en la vida española. De su ingente producción literaria destacan: Memorias de un niño de derechas (1972), Las ninfas (premio Nadal, 1975), La noche que llegué al café Gijón (1977), Trilogía de Madrid (1984) y Leyenda del César Visionario (premio de la Crítica, 1992). Este último título adquiriría carácter inaugural de una serie de obras que, a semejanza de los Episodios nacionales de Pérez Galdós, abordan algunos de los principales acontecimientos de la historia y la política contemporánea española. En 1996 recibió el Premio Príncipe de Asturias de las Letras y en el año 2000 el Premio Cervantes." copyright © 1998-2005, epdlp
posted by George Cassiel @ 3:41 da tarde   0 comments
Clarice Lispector
"Quando eu era criança, durante muito tempo pensei que os livros nascessem como as árvores, como os pássaros. Quando descobri que existiam autores, pensei: também quero fazer um livro."
posted by George Cassiel @ 12:13 da manhã   0 comments
Feiras

A Feira de Frankfurt só começa a 19 de Outubro, mas fica já aqui o link.
posted by George Cassiel @ 12:11 da manhã   0 comments
quarta-feira, março 16, 2005
Diz-se
"... e lança um olhar num livro que amas. Começa assim um dia belo e útil"
Bertolt Brecht
posted by George Cassiel @ 1:12 da tarde   0 comments
Sentido Obrigatório
Coreografia de Wim Vandekeybus no Teatro Aveirense, Quinta, 24 de Março de 2005, 21:30.


photo: Octavio Iturbe
Les porteuses de mauvaises nouvelles
Estreia: 1989 February 2nd, Le Théâtre d'Angers / C.N.D.C.
Prémios:
Bessie Award, New York
London Dance and Performance Award

‘In Les porteuses de mauvaises nouvelles the elementary spatial horizontal-vertical opposition played an important formal, organizing role: the wooden floor, consisting of dozens of square platforms, was dismantled by the dancers in a spectacular way and reconstructed into several wooden towers.’
Erwin Jans in Dans in Vlaanderen, Stichting Kunstboek, 1996

LES PORTEUSES DE MAUVAISES NOUVELLES (As portadoras de más notícias), estreada em 1989, foi a segunda peça coreografada por Wim Vandekeybus, sendo apresentada cerca de 106 vezes mas nunca em Portugal. Ganhou os prémios Bessie Award, em Nova Iorque, o London Dance and Performance Award, em Londres.

Coreografia: Wim Vandekeybus
Música: Thierry de Mey
Intérpretes: Jorge Jauregui Allue; Berit Jentzch; Raúl Maia; Gabrielle Nankivell; Josef Palm; Hélder Seabra; Eleonore Valere e Vania Vaneau.
co-produção
COMPANHIA INSTÁVEL, ULTIMA VEZ (BRUXELAS), TNSJ, PACT ZOLLVEREIN/CZNRW (ESSEN), TEATRO COMUNALE DI FERRARA

Preços:
Plateia 12,50 €
Balcão 10,00 €

Descontos de 20% aplicáveis a:
Estudantes
Maiores de 65 anos
Menores de 25 anos
Funcionários da CMA

Também:
Quarta 23 de Março, 15:30
Apresentação do Documentário 'Silver'
de Wim Vandekeybus


Outras oportunidades:
16/03 : A Oficina, Guimarães
18-19/03 : Teatro Viriato, Viseu
posted by George Cassiel @ 1:10 da tarde   0 comments
Mishima, Yukio

"O Tumulto das Ondas"
Yukio Mishima
Relogio d'Agua


Tendo terminado, no meio da confusão de tantas outras leituras, esta curta obra de Mishima, não poderia deixar de colocar aqui uma pequena nota sobre o autor.

Pseudónimo de Hiraoka Kimitake :
"Prolific writer, who is considered by many critics as the most important Japanese novelist of the 20th century. Mishima's works include 40 novels, poetry, essays, and modern Kabuki and Noh dramas. He was three times nominated for the Nobel Prize for literature. Among his masterpieces is The Temple of the Golden Pavilion (1956). The tetralogy The Sea of Fertility (1965-70) is regarded by many as Mishima's most lasting achievement. As a writer Mishima drew inspiration from pre-modern literature, both Japanese and Western."

"How oddly situated a man is apt to find himself at the age of thirty-eight! His youth belongs to the distant past. Yet the period of memory beginning with the end of youth and extending to the present has left him not a single vivid impression. And therefore he persists in feeling that nothing more than a fragile barrier separates him from his youth. He is forever hearing with the utmost clarity the sounds of this neighboring domain, but there is no way to penetrate the barrier." (from Runaway Horses, 1969)


"Kimitaka Hiraoka was born in Tokyo, the son of a government official. Later he changed his name into Yukio Mishima so that his anti-literary father wouldn't know he wrote. The name Yukio can loosely be translated as "Man who chronicals reason." Mishima was raised mainly by his paternal grandmother, who hardly allowed the boy out of her sight. During World War II Mishima was excused military service, but he served in a factory. This plagued Mishima throughout his life - he had survived shamefully when so many others had been killed.

After the war Mishima studied law at Tokyo University. He worked as a civil servant in the finance ministry for a year before devoting himself entirely to writing. In 1946 Mishima met Kawabata Yasunari, who recommended Mishima's stories to important magazines. His first major work was Confessions of a Mask, which appeared in 1949. It dealt with his discovery of his own homosexuality. The narrator concluded, that he would have to wear a mask of 'normality' before other people to protect himself from social scorn.

The largely autobiographical work reflected Mishima's masochistic fantasies. His preoccupation with the body, its beauty and degeneration, marked several of his later novels. Mishima wished to create for himself a perfect body that age could not make ugly. He started body building in 1955 and he also became an expert in the martial arts of karate and kendo. Perhaps preparing for his death, Mishima liked to pose in photographs as a drowned shipwrecked sailor, St. Sebastian shot death with arrows, or a samurai committing ritual suicide."
© 2003 "Books and Writers"
posted by George Cassiel @ 1:00 da tarde   0 comments
A visitar, também

do Brasil. Com informação infindável!
posted by George Cassiel @ 10:09 da manhã   0 comments
terça-feira, março 15, 2005
Agradecimento
... pelos emails recebidos após o apontamento de Isabel Coutinho no Mil Folhas, de que dei conta neste post.
posted by George Cassiel @ 2:18 da tarde   0 comments
Blogs a visitar
Pilha Livros
Livros com Letras
52 Books
BookSlut
posted by George Cassiel @ 10:35 da manhã   0 comments
Feiras
Faltam 3 dias:

O "Salon du Livre" deste ano, dedicado à Literatura Russa, tem início no dia 18 e termina a 23 de Março.

"La venue, pour la première fois depuis la fin de l’URSS, à l’occasion d’un Salon du livre, d’une délégation officielle d’auteurs russes à Paris a pour nous, plus que pour quiconque, valeur de symbole. La France a en effet été la terre d’asile de ce qu’on appelait les “Russes blancs”, un terme générique pour désigner tous les Russes qui refusaient le communisme. Parmi eux de grands écrivains comme Bounine, Tsvétaeva, Nabokov, Gazdanov
et bien sûr Nina Berberova, qui écrivaient, publiaient avec difficulté certes, mais avec la volonté farouche de continuer la grande littérature russe comme la postérité allait finir par le leur reconnaître.
Dans l’histoire d’Actes Sud il y a Nina Berberova, redécouverte par Hubert Nyssen, et l’aventure éditoriale qui s’ensuivit. Mais l’inverse est tout aussi vrai. D’écrivain de l’exil aux tirages confidentiels, Nina Berberova est devenue grâce à Actes Sud un écrivain mondialement
reconnu jusque dans son pays.
Fidélité, sensibilité particulière, bon an, mal an, Actes Sud a toujours veillé au fonds russe de son catalogue. Aujourd’hui, la délégation officielle invitée à l’occasion du Salon du livre compte six de ses auteurs : Marina Vichnevetskaïa, Tatiana Tolstoï, Vassili Axionov, Andreï Guelassimov, Vladimir Charov, Viacheslav Pietsoukh. Une occasion exceptionnelle de les lire et de se replonger dans une des grandes littératures mondiales."

Michel Parfenov
directeur de la série “Lettres russes” © 2004 Editions Actes Sud
posted by George Cassiel @ 10:14 da manhã   0 comments
segunda-feira, março 14, 2005
Parabéns
... ao nosso Mestre de Aviz. Francisco José Viegas faz, hoje, anos!
posted by George Cassiel @ 5:20 da tarde   0 comments
Sentido Obrigatório
Foi inaugurada ontem, na Livraria O Navio de Espelhos, a exposição de Inês Oliveira, com as ilustrações originais do Livro Infantil “A Montanha da Lua” de Manuela Monteiro (Campo das Letras).
posted by George Cassiel @ 3:26 da tarde   0 comments
Dúvidas esperançadas no Governo da Cultura
Também de Nelson de Matos, num último post:
"A Cultura está desarrumada, como se tivesse as unhas pintadas mas as meias rotas, os dedos dos pés à mostra...
Quis parecer uma grande dama mas já lhe faltava o brilho.
Vai dar muito trabalho a consertar os estragos causados, a fazer remendos, e há grandes problemas que continuam por resolver.
E o que é pior, o Primeiro-Ministro fala pouco dela, como se não lhe ocorresse.
Vamos ver que Programa vai ser apresentado."
posted by George Cassiel @ 1:01 da tarde   0 comments
Opinión conValor
Através do Blog de Manuel Bragado descobri um site aconselhado pelo Nelson de Matos:

Opinión ConValor
"Opinión con Valor S.L. es una alternativa profesional e independiente para el funcionamiento competitivo de las empresas, instituciones y asociaciones del sector del libro y la industrias culturales."

Brétemas acrescenta cinco desafios para o sector do livro (à secção Opinión do referido site):
- Incrementar os índices de lectura en galego, aumentando a dotación bibliotecaria pública.
- Crear un novo tecido de mediadores fomentando clubes de lectura, blos, suplementos, programas televisión... que aborden a cultura do libro.
- Manter a actual rede de librarías de proximidade e o prezo fixo dos libros.
- Promover a tradución do literatura galega contemporánea e o seu coñecemento internacional.
- Desenvolver a edición galega nos soportes dixitais e en rede.
posted by George Cassiel @ 12:48 da tarde   0 comments
Murasaki - III
Foi colocado este comentário no post Murasaki:
O Website dedicado a "The Tale of Genji" é interessante:
http://mcel.pacificu.edu/as/students/genji/homepage.html
posted by George Cassiel @ 10:06 da manhã   0 comments
Murasaki - II

A propósito dos posts recentes (1, 2) sobre a obra de Murasaki Shikibu, estou a reler a tradução inglesa do diário. Uma edição interessante, em particular pela introdução de Richard Bowring: uma contextualização histórica, literária e cultural que ajuda a perceber a importância da autora.

Richard Bowring é também autor deste guia, recomendável:
posted by George Cassiel @ 10:06 da manhã   0 comments
Murasaki - I
Murasaki Shikibu (Lady Murasaki: 973-1025? C.E.)

Murasaki Shikibu is the best known writer to emerge from Japan's glorious Heian period. Her novel, The Tale of Genji (Genji-monogatari) is considered to be one of the world's finest and earliest novels. Some argue that Murasaki is the world's first modern novelist.
Shikibu was born into the Fujiwara family, daughter of the governor of a province, who also was a well known scholar. Always very intelligent, as a child she learned more quickly than her brother, causing her father to lament, "If only you were a boy, how happy I should be!" He did, however, allow Shikibu to study with her brother, even letting her learn some Chinese classics, which was considered improper for females at the time.

When she was in her early twenties, Lady Murasaki was married to a distant relative. Her only daughter was born in 999. After the death of her husband in 1001 A.D, knowing of her writing talent and her brilliant mind, the imperial family brought Lady Murasaki to court.

At court, Lady Murasaki began a diary she kept up for two years. While giving a vivid account of court life, it also gives us insights into what Lady Murasaki thought. For example, she didn't like the frivolous nature of court life. Once she described a picture competition there as a "moment in the history of our country when the whole energy of the nation seemed to be concentrated upon the search for the prettiest method of mounting paper scrolls!" She also went to great pains to hide her knowledge of Chinese, fearing the criticism of those who felt it to be unladylike to be happy reading this obscure language.

Shikibu may have begun The Tale of the Genji before she came to court. Yet much of it was written there, loosely based on her years as lady-in-waiting to the Empress Akiko. It is a very long novel about complications in the life of a fictitious prince called Genji. Like many of the court ladies, Shikibu was a master at observing the daily activities and attitudes of upper class society.

The tales of Prince Genji, known as "the Shining Prince," became popular from the moment of its release. It was meant to be read aloud, and the earliest Genji manuscript was lost. Luckily early 12th century Genji manuscript scrolls survived, and through the ages, the novel has been translated into many languages and been studied and discussed by many scholars.

Little is know about Lady Murasaki's later life. She may have retired from court to seek seclusion in a convent at about the age of fifty. Her writings suggest that at the end she sensed the violent changes that were coming to her rather decadent upper class life. In the distance, the sounds of provincial warriors rumbled - the samurai who in 1192 overthrew the power of the emperor and created a feudal military government headed by a shogun.

©1996-2005 Women in World History Curriculum
posted by George Cassiel @ 9:50 da manhã   0 comments
sábado, março 12, 2005
O fim de semana interrompe-se...
...para agradecer a referência e as palavras simpáticas de Isabel Coutinho no Suplemento Mil Folhas, do Público de hoje.

No apontamento “Ciber-escritas”, assinado pela editora do referido suplemento, faz-se merecida nota (a esses sim, merecida!) a dois blogues que já passaram por aqui: Textos de Contracapa, de um mestre da edição Nelson de Matos e O Rosto de Deus, sobre a autora Ana Teresa Pereira.



Aqui se reproduz:
Três blogues sobre literatura
Isabel.Coutinho@publico.pt

1) O editor da Ambar, Nelson de Matos (ex- editor da Dom Quixote), no mês passado passou a ter um novo endereço de blogue, Textos de Contracapa, 2 - a edição, os livros, os autores, as questões da cultura, a política, a sociedade, que é a continuação dos Textos de Contracapa. "Por dificuldades de configuração deste "template" (dificuldades minhas, é evidente - quem me mandou a mim tentar mudar de "template", agora, depois de velho...), estes Textos de Contracapa extinguem-se com este "post". Perdi a paciência para tentar encontrar as razões pelas quais os Links, os Arquivos, etc., tudo o que deveria estar colocado na coluna da esquerda, foi parar irremediavelmente no final do blogue. Continuarei, em velocidade de cruzeiro, num novo blogue, a que chamei: Textos de Contracapa 2. Aqueles que quiserem manter o "link" (e o eventual interesse na leitura) apenas terão de lhe acrescentar um "2" (www.textosdecontracapa2.blogspot.com)."

Blog de Nelson de Matos 2
http://textosdecontracapa2.blogspot.com/

2) Nuno Cruz iniciou há alguns anos um blogue sobre a obra da escritora Ana Teresa Pereira - O Rosto de Deus - que é agora mantido por ele e também por Lídia Pereira, mas aberto à colaboração de todos os que quiserem participar através de "e-mail" (orostodedeus@sapo.pt ). "(...) Ele nasceu em Julho de 2003, pela minha vontade única e exclusiva de tentar reunir num único sítio toda a informação possível sobre a Ana Teresa Pereira e na tentativa de criar um fórum de discussão em redor da sua obra. Baseei-me na excelente informação das páginas do Arlindo, nas crónicas publicadas no suplemento Mil Folhas do jornal PÚLICO, nas críticas e ensaios publicados na ciberkiosk e em toda a informação que consegui encontrar na Web. A todas as pessoas que escreveram na caixa de comentários (e que deixaram um contacto de "e-mail" válido) pedi uma colaboração activa no blogue. Desta forma surgiu a participação da Lídia Pereira", escreveu Nuno no blogue em 2004. Nessa altura esclareceu também que não tem qualquer relacionamento pessoal com a escritora Ana Teresa Pereira e que a participação dela no blogue é inexistente.
Por sua vez, Lídia Pereira, escreveu em tempos no blogue: "Infelizmente não entrei numa livraria e dei com "O Rosto de Deus", nem nenhum amigo me falou d" "A Coisa que Eu Sou". Quem me fez a ponte para eu chegar até aos livros de Ana Teresa Pereira foi o poeta José Tolentino Mendonça. Lembro-me de o poeta falar dos livros dela como livros que nos prendem do início até ao fim. Livros que nos tiram os pés do chão. Ele dizia, inclusive, que os levava, quando fazia as suas viagens de avião da Madeira até Lisboa. Ou seja, lia-os nas nuvens. Nessa altura fiquei convencida. Valia a pena procurá-los e lê-los (...)." Este é um blogue que é actualizado à medida que a obra de Ana Teresa Pereira vai sendo referida na imprensa e que os seus livros vão sendo publicados. Tem imagens da autora, uma lista bibliográfica, entrevistas, crónicas e recensões publicadas ao longo dos anos. Tem ainda "links" para outros blogues e para as editoras que publicam a obra da autora madeirense.

O Rosto de Deus
http://www.anateresapereira.blogspot.com/

As páginas do Arlindo Correia
http://arlindo_correia.tripod.com/020202.html

3) O blogue de George Cassiel é também um dos blogues literários mais atentos quer ao que se publica em Portugal quer no estrangeiro, com inclusão de vários artigos que vão saindo na imprensa europeia. Além dos livros, Cassiel interessa-se por artes plásticas e por temas relacionados com bibliotecas ou com a língua. O autor escreve em português e tem uma secção, a que chamou As Minhas Leituras, com os livros que tem em mãos e as suas leituras anteriores. Tem outra secção através da qual se parte para blogues ou "sites" relacionados com literatura e um arquivo que remonta a Maio de 2004. É um bom sítio para ir descobrindo autores e também para ir descobrindo outros blogues literários. Aqui fica um dos "posts" mais recentes: ""The Tale of Genji" (Penguin Classics) de Murasaki Shikibu, Tradução de Royall Tyler. Se há obra gigante da literatura universal não traduzida em Portugal, esta é certamente uma delas! A autora, Murasaki Shikibu, dama do palácio imperial japonês da corte Heian, escreveu este monumento literário no século XI. Apontado por muitos como o primeiro "verdadeiro romance" da literatura universal, esta obra retrata a vida na corte no Japão medieval. Recomendo, para iniciar o desafio da leitura de "Gengi", o livro de Liza Dalby, editado pela Gótica, "A História de Murasaki"."

George Cassiel
http://georgecassiel.blogspot.com/

in POL nº 5465 Sábado, 12 de Março de
2005
posted by George Cassiel @ 2:29 da tarde   2 comments
George Cassiel errou!
No post sobre os "Rostos da Cultura" foi, erradamente, indicado o nome de Idália Moniz para a Secretaria de Estado.

Lamentando o ocorrido, fruto da informação que constava da maior parte dos meios de comunicação social, aqui fica a rectificação.


Mário Vieira de Carvalho - Secretário de Estado.
Musicólogo. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, iniciou-se como crítico musical em O Século (1968), sendo autor de inúmeros texto de crítica musical, espalhados pela imprensa. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da Universidade Humboldt, de Berlim (1980-1984), instituição na qual se viria a doutorar em Ciências Musicais (1985). A estas, seguir-se-iam outras bolsas, que lhe permitiram dedicar-se à investigação em áreas como: Sociologia da Música, Ópera, Música Contemporânea, Música e Literatura, Estudos do século XVIII, Wagner, Luigi Nono. Tem regido cursos de Sociologia da Música, como professor convidado, na Universidade Humdoldt, de Berlim (2000), na Universidade Leopold-Franzens-Universität, Innsbruck (2001) e na Universidade de S. Paulo (2002).

Na Universidade Nova de Lisboa, é professor catedrático na FCSH, a cujo Conselho Científico preside (desde 1998). Ainda na mesma faculdade, fundou e dirige o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical. Tem regido as disciplinas de Sociologia da Música e História da Música (séc. XX), entre outras, e orientado seminários temáticos diversos nos Cursos de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento.

Entre outras instituições, é membro da Associação Portuguesa de Ciências Musicais, do Conselho Português da Música e da Sociedade Internacional de Musicologia; da Associação Internacional e da Associação Portuguesa de Sociologia, da Sociedade Portuguesa de Estudos do Século XVIII e da Sociedade Norte-americana para o Estudo de Jean-Jacques Rousseau. Ainda da Associação Portuguesa de Escritores, da Sociedade Portuguesa de Autores, do Sindicato dos Jornalistas e do PEN Clube Português. Recebeu, em 1986, a Medalha Liszt, atribuída pelo Governo da República da Hungria.
posted by George Cassiel @ 2:28 da tarde   0 comments
sexta-feira, março 11, 2005
Bom fim-de-semana!

Fernando Botero
posted by George Cassiel @ 5:50 da tarde   0 comments
11 de Março
posted by George Cassiel @ 5:39 da tarde   0 comments
quinta-feira, março 10, 2005
Murasaki

"The Tale of Genji" (Penguin Classics) de Murasaki Shikibu
Tradução de Royall Tyler

Se há obra GIGANTE da literatura universal não traduzida em Portugal, esta é certamente uma delas!

A autora, Murasaki Shikibu, dama do palácio imperial japonês da corte Heian, escreveu este monumento literário no século XI.
Apontado por muitos como o primeiro "verdadeiro romance" da literatura universal, esta obra retrata a vida na corte no Japão medieval.

Recomendo, para iniciar o desafio da leitura de "Gengi", o livro de Liza Dalby, editado pela Gótica, "A Historia de Murasaki".
posted by George Cassiel @ 12:10 da tarde   1 comments
Línguas ameaçadas - informação da UNESCO

"Languages are not only extremely adequate tools of communication, they also reflect a view of the world: they are vehicles of value systems and of cultural expressions and they constitute a determining factor in the identity of groups and individuals. Languages form an essential part of the living heritage of humanity.

- Over 50% of the world’s 6000 languages are endangered.
- 96% of the world’s 6000 languages are spoken by 4% of the world’s population
- 90% of the world’s languages are not represented on the Internet
- One language disappears on average every two weeks
- 80% of African languages have no orthography
- Half of all languages occur in only eight countries: Papua New Guinea (832), Indonesia (731), Nigeria (515), India (400), Mexico (295), Cameroon (286), Australia (268) and Brazil (234)
- Research shows that mother-tongue instruction combined with the majority language, gives the best results at school and fosters children's cognitive development and learning ability
Both children and adults can learn a new language without it being at the expense of another language."

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Um retrato de Fiodor Mikhaïlovitch Dostoïevski
A propóstito do post sobre o livro de Steiner, reproduzo um texto de Jean Montenot, da Lire deste mês.

"La renommée, pour Fiodor Mikhaïlovitch Dostoïevski, est arrivée sur le tard. Le grand écrivain russe a bâti en une dizaine d'années son œuvre magistrale. Une œuvre habitée de personnages tourmentés cherchant les voies de la rédemption.

Nous sommes en mars 1865. Dostoïevski a 43 ans. Il fait le point sur sa vie: «Et voici que je restai seul et que la peur s'empara tout bonnement de moi. D'un coup, toute ma vie se trouvait brisée en deux. Dans la moitié que j'avais derrière moi, il y avait tout ce pour quoi je vivais, dans l'autre qui m'était encore inconnue, tout le nouveau, l'étranger, et pas un cœur qui, pour moi pourrait remplacer ces deux-là. Créer de nouveaux liens, inventer une vie nouvelle! La simple idée m'en donne la nausée1.» Et de fait, l'avenir est bien sombre pour Fiodor - c'est-à-dire Théodore - Mikhaïlovitch Dostoïevski. Il vient de perdre, l'année précédente, coup sur coup, sa première épouse, Maria Dimitrievna, et Mikhaïl, son frère aîné et confident depuis toujours. A la détresse morale liée à ces deuils et, peut-être aussi, consécutive à l'échec de sa relation extraconjugale avec Apollinaria Souslova, s'ajoutent des difficultés financières. Maria, épousée en 1857, veuve d'un petit fonctionnaire alcoolique, lui laisse un beau-fils, Pavel. Et la décision courageuse de prendre à sa charge la famille de son frère défunt aggrave les choses. «Seul un hasard2 peut me sauver. De toute ma réserve de forces et d'énergie, il ne me reste dans le cœur qu'angoisse et trouble, quelque chose qui se rapproche du désespoir.3» Et pourtant, cet homme en plein désarroi est bien celui qui vient de faire paraître (mars 1864) un petit texte décisif: la première partie des Ecrits du sous-sol dont le héros (anonyme) rejette les thèses progressistes à la mode selon lesquelles l'instruction et la raison peuvent conduire l'homme au bonheur. Il revendique, au contraire, le droit de l'individu à l'opacité, à la complexité, aux contradictions, le droit de rester dans son trou et de refuser les utopies dangereuses du «palais de cristal», les mirages de l'utilitarisme et de l'égoïsme rationnel.

«Une vitalité de chat...» Cet homme brisé, qui se définissait en 1854 comme un «enfant de l'incroyance et du doute» dont la «soif de croire» est renforcée d'autant «qu'il y a en lui d'arguments contraires», va écrire «à la baguette» en moins d'une décennie l'essentiel des chefs-d'œuvre qui lui valent d'être aujourd'hui considéré comme le géant des lettres russes. Crime et châtiment (1866), le plus célèbre, sans doute le mieux construit, inaugure le genre du roman policier psychologique et métaphysique. Suit Le joueur (1866) qui est, entre autres, une forte étude psychologique des «accros» de la passion du jeu. L'idiot (1868-1869) relate les mésaventures du prince Mychkine, un être bon, indulgent et humble, mais aussi une figure christique, un illuminé inadapté à ce monde où règnent la cupidité et les passions. Au bout du compte, le héros cristallise autour de lui toutes les rancœurs, les ambitions, les haines, l'amour et entraîne la ruine de tous ceux qu'il côtoie. Dans la foulée, L'éternel mari (1870), bien davantage qu'une variation sur le thème du mari trompé, et Les démons (aussi traduits sous le titre Les possédés, 1871), critique en règle des milieux progressistes et libéraux que Dostoïevski avait fréquentés, achèvent de montrer la vitalité de cet homme abattu. Tous ces romans ont en commun de mettre en scène des êtres au bord du gouffre en quête d'une rédemption et d'une renaissance. Plus tard viendront les articles du Journal d'un écrivain (à partir de 1873) où il fait œuvre de journaliste et de polémiste sur le ton nouveau du «dialogue ouvert avec le lecteur4» et où il se montre défenseur ardent, passionné et souvent excessif des tendances slavophiles de la culture russe. L'adolescent (1875) et Les frères Karamazov (1880) parachèvent une production romanesque que la mort interrompt en janvier 1881. Et le plus singulier est que, du fond de son désespoir, Dostoïevski pressent tout cela: après avoir fait le constat lucide de sa situation du printemps 1865, il confesse dans cette même lettre à Wrangel, jeune magistrat devenu son ami au sortir du bagne: «Or, il me semble seulement que je m'apprête à vivre. Risible, n'est-ce pas? Une vitalité de chat5...»

«L'homme est un mystère. Il faut l'élucider.»
Celui qui, en 1865, «s'apprête à vivre» a pourtant déjà une vie bien remplie. Et même plusieurs! Une vie en montagnes russes, où alternent hauts et bas comme gains et pertes à la roulette. Deuxième fils du docteur Dostoïevski, un homme rude depuis peu anobli par le tsar, Fiodor Mikhaïlovitch a voué assez jeune sa vie à la littérature, d'abord comme lecteur passionné, ensuite comme écrivain. Si les morts successives, en 1837, de leur mère phtisique dont les grossesses répétées avaient altéré la santé, et de Pouchkine, leur héros, le maître incontesté de la littérature et de la langue russes modernes, affectent les deux aînés de la famille, Mikaïl et Fiodor, ils ne s'élancent pas moins avec enthousiasme vers une nouvelle vie. «Nous rêvions éperdument d'on ne sait quoi, de tout ce qui est "beau et grand"», écrit bien plus tard Dostoïevski en évoquant cette période de sa jeunesse où Mikaïl écrit chaque jour des poésies et où Fiodor ne cesse de «composer en esprit» un roman vénitien. Entré à l'école militaire du Génie, Fiodor n'a pas la vocation pour une carrière que son père, dans un premier temps, et, par la suite, son tuteur et beau-frère Karépine, auraient voulu lui voir embrasser. C'est peu après la mort de son père (1839), officiellement des suites d'une crise d'apoplexie - en fait, il aurait été victime d'une vengeance de ses serfs - que, d'après certains exégètes, Fiodor aurait eu une première crise convulsive, prélude aux crises d'épilepsie ultérieures. Quoi qu'il en soit, l'ambition du jeune homme - plus encore que celle de l'écrivain - s'affirme avec force dans une lettre à son frère: «Je n'ai qu'une visée: être libre. J'y sacrifie tout. Mais souvent, souvent, je pense à ce que m'apportera la liberté... Que ferai-je, seul parmi la foule inconnue? [...] Je suis sûr de moi. L'homme est un mystère. Il faut l'élucider et si tu passes à cela ta vie entière, ne dis pas que tu as perdu ton temps; je m'occupe de ce mystère car je veux être un homme.6»

«Un nouveau Gogol est né...»
La liberté prend d'abord la forme d'une relative licence. A Saint-Pétersbourg, Fiodor fréquente concerts, théâtres, ballets, dilapide l'argent que lui envoie son tuteur. Il s'enthousiasme pour Balzac, auteur alors en vogue, dont il traduit très librement Eugénie Grandet avec l'espoir d'en tirer quelques subsides. Comme il le fera plus tard à la roulette, le jeune Dostoïevski brûle ses vaisseaux. Il renonce à ses droits d'héritier contre une soulte et prend, dès 1844, sa retraite de lieutenant pour «convenances personnelles». Il commence alors Les pauvres gens, «ma première nouvelle sans avoir jamais rien écrit jusqu'alors7». Il s'agit d'un roman épistolaire évoquant l'existence des pauvres gens à Saint-Pétersbourg. Dostoïevski ne se contente pas d'y brosser un «tableau» de Saint-Pétersbourg - les descriptions en règle y sont d'ailleurs fort rares. Son originalité, qui le distingue du génie de l'époque, Gogol, tient à ce qu'il porte le regard à l'intérieur de ses personnages. Il semble même écrire pour eux et se demande comment chacun voit le monde. Le poète Nekrassov est transporté d'admiration lorsque, en mai 1845, il lit le manuscrit. Il voit en Dostoïevski la nouvelle étoile montante: «Un nouveau Gogol nous est né...», déclare-t-il au célèbre (et terrible) critique Bélinsky. Ce dernier se méfie de l'enthousiasme de Nekrassov pour cet écrivain de 22 ans: «Les Gogol, chez vous, ça pousse comme des champignons!» Finalement, Bélinsky aussi est conquis. Dostoïevski sort de chez lui enflammé: «Est-il possible que je sois si grand? [...] Ce fut la minute la plus exaltante de ma vie.8» Il multiplie nouvelles et récits, accueillis avec d'autant plus d'indifférence que le succès initial a grisé un Dostoïevski plus maladroit dans les salons que prétentieux. De cette première salve, on retient Le double ou les aventures de monsieur Goliadkine. Nabokov, pourtant peu complaisant pour l'écrivain et l'homme Dostoïevski, le tient même pour son meilleur livre. Le roman relate les invincibles angoisses d'un homme aux prises avec son double, Goliadkine junior, sosie qui occupe le même poste que lui dans l'administration et empoisonne son existence au point de la rendre impossible. Goliadkine finira à l'asile. S'inaugure avec ce roman, sous une forme tragi-comique et métaphorique, une constante des personnages dostoïevskiens ultérieurs: la dualité interne et le conflit avec soi-même qui en procède. Le moi des personnages se dédouble; ils cherchent, dans une sorte de dialogue avec cet autre qui est en eux, une issue pour se réconcilier avec eux-mêmes.

Du rêve du phalanstère à la réalité du bagne
Si l'année 1848 est pour l'Europe celle du «printemps des peuples», pour la Sainte Russie du tsar Nicolas Ier, c'est plutôt l'hiver. Répression tous azimuts! Le malheur veut que le jeune Dostoïevski, qui n'est pas encore redescendu de son nuage, fréquente alors les milieux libéraux. Il fait partie du cercle Pétrachevski9, où se rassemblent des intellectuels, jeunes et diplômés, qui ont le grand tort de lire Fourier, Saint-Simon et de commenter diverses théories socialistes, bref de diffuser des idées subversives. Tout cela finit à la forteresse Pierre-et-Paul où sont enfermés les membres du cercle, dont Dostoïevski. Suit une condamnation à mort! Le 22 décembre 1849: on prend plaisir à n'annoncer qu'au dernier moment aux condamnés et alors qu'ils sont devant le peloton d'exécution, pour certains d'entre eux déjà ligotés au poteau, que leur peine a été commuée en déportation au bagne10. Fini la liberté extérieure donc! Il va falloir expier. Et pourtant, Dostoïevski ne renonce pas: «Frère! Je n'ai pas perdu espoir ni courage. La vie est partout la vie, la vie est en nous, non dans le monde extérieur. [...] Etre homme parmi les hommes et le rester à jamais, dans tous les malheurs possibles ne pas perdre espoir et courage, voilà où est la vie, où est son but. [...] Cette idée m'est rentrée dans la chair et dans le sang.11» C'est au bagne que le jeune rêveur rencontre la Russie profonde, celle du petit peuple, des malfrats et des prisonniers politiques, loin de Saint-Pétersbourg, la ville corruptrice et occidentaliste. Sous la «rude écorce des bagnards», il se prend d'un amour compassionnel pour cette humanité enracinée dans la terre russe. Il y trouve une foi nouvelle et amorce une conversion au Christ qui est aussi un retournement idéologique. Il ne se révoltera plus, car il est désormais persuadé que la liberté sans limites est une impasse. Convaincu que l'homme est affecté par le mal de l'intérieur et qu'on ne saurait l'amender de l'extérieur par quelque promesse que ce soit, Dostoïevski croit en la possibilité de sa rédemption intérieure par la foi en Christ.

Dans la «maison des morts», avant Soljénitsyne
Faut-il pour autant suivre Dostoïevski lorsqu'il évoque, notamment dans le Journal d'un écrivain, la valeur rédemptrice du bagne? Qu'il ait accepté la sanction avec résignation n'est pas douteux. Il revient de loin. Le condamné à mort est, désormais, une ombre dans la «maison des morts». Au fin fond de la réclusion sibérienne, pendant quatre ans (1850-1854), il ne peut guère lire que les Evangiles, seul ouvrage autorisé, et s'il fait provision de toute une galerie de portraits et de caractères qui passeront dans les écrits ultérieurs, il n'en affirme pas moins à son frère: «Quant à ces quatre années, je les tiens pour un temps où je fus enterré vivant, enfermé dans un cercueil. [...] Ce fut une souffrance indicible, interminable, car chaque heure, chaque minute pesait sur mon âme comme une pierre.12» Prisonnier politique, noble et cultivé, il aurait vécu au milieu de droits communs dont on peut présumer qu'ils ne l'ont jamais considéré comme l'un des leurs. On peut douter que sa rencontre avec le peuple russe fût ce «contact direct» et cette «fusion fraternelle avec lui au sein d'un malheur commun» qu'il s'imagine avoir vécu. La rencontre fut plus spirituelle que réelle, et elle ne date pas forcément du séjour à la maison de force. Le discours de l'écrivain slavophile militant des années 1870 ne concorde pas avec ce qui ressort des impressions d'Alexandre Petrovitch, le noble censé avoir tué sa femme, personnage principal et porte-parole de l'auteur dans les Souvenirs de la maison des morts (1862). Ce roman est le premier jalon d'une série d'œuvres, voire d'un genre littéraire, sur la vie au bagne sibérien. Au siècle suivant, Une journée d'Ivan Denissovitch d'Alexandre Soljénitsyne ou les Récits de la Kolyma de Varlam Chalamov en sont des témoignages de premier ordre. Personne ne contestera qu'il y ait eu une évolution idéologique chez Dostoïevski, mais qu'elle soit l'effet direct d'un séjour rédempteur au bagne relève sans doute de la légende, même si l'auteur, fût-ce avec sincérité, a lui-même tenté de l'accréditer. L'expérience sibérienne a, en tout cas, fait de Dostoïevski un homme qui ne pouvait plus se payer de mots: sa rupture avec les idéaux modernistes de sa jeunesse est définitive. Alors que la Russie abolit le servage (1861) et s'engage dans la voie d'une modernisation relative, Dostoïevski se met à écrire en contre-plongée depuis ce sous-sol où la «conscience du souriceau humain» s'obstine d'instinct à fuir tout bonheur clé en main, transparent et obligatoire, offert par les promoteurs du «palais de cristal».

La parabole du Grand Inquisiteur
Bien qu'il s'avoue «faiblard en philosophie13», Dostoïevski est aussi un penseur. Certains y ont trouvé argument pour contester son talent romanesque: ses personnages se laisseraient trop aller à des digressions philosophiques, politiques ou spirituelles et gâteraient ses romans en en brisant l'intrigue. C'est une erreur de perspective, ne serait-ce que parce que d'autres auteurs du XIXe siècle en font autant - que l'on songe à Victor Hugo. Le grand critique soviétique Mikhaïl Bakhtine a forgé pour Dostoïevski la catégorie de «roman polyphonique14». En un sens, la «polyphonie» participe de fait à la dissimulation de la pensée de l'auteur. Il est à la fois «présent partout et visible nulle part». Mutatis mutandis, cette omniprésence et cette absence de l'auteur ne sont pas sans rappeler la position de Platon relativement aux personnages de ses Dialogues. C'est pourquoi la tentation demeure forte d'attribuer à Dostoïevski la paternité de telle réflexion de Raskolnikov, du prince Mychkine, voire en négatif d'Ivan Karamazov ou de Stavroguine. Sans prétendre dégager la signification de ce chapitre des Frères Karamazov où Dostoïevski évoque sublimement la légende du Grand Inquisiteur, rappelons la trame de cette parabole, de cette «fantaisie absurde» selon les termes d'Ivan Karamazov lorsqu'il se propose d'en faire le récit à son frère Aliocha. Le Christ, revenu sous son apparence terrestre dans la Séville du XVe siècle en pleine Inquisition, est arrêté sur ordre du Grand Inquisiteur, un vieillard, incarnation du Mal métaphysique et des dérives de l'Eglise de Rome. Le Grand Inquisiteur rend visite au Christ dans sa prison et oppose à sa rédemption un programme de salut de l'humanité qui coïncide avec les conseils donnés au Christ par Satan dans le désert. Ce programme ne s'appuie pas sur la dignité de l'homme et n'exige pas le renoncement à toutes les grandeurs d'établissement, il se propose au contraire d'agir «par le biais du miracle, du mystère et de l'autorité». Il s'agit d'infantiliser l'homme, de le déresponsabiliser, de lui faire perdre le sens du tragique de son existence et, au fond, de la vie. Le Christ répond à ce discours par un baiser: «L'homme est trop vaste, je le rétrécirai.» A cette parole des Frères Karamazov, Dostoïevski a répondu par une formidable galerie d'êtres en lutte contre leur propre rétrécissement que sont presque tous les personnages importants de ses romans, les bons comme les mauvais. Une galerie où le grotesque côtoie le tragique, où les limites du mal et du bien sont repoussées comme jamais. Nul mieux que Dostoïevski - en Russie, du moins - ne s'est aventuré aussi loin sous ces horizons-là.

1. F. M. Dostoïevski, Correspondance, tome II (trad. A. Coldefy-Faucart), éditions Bartillat, p. 86.
2. Le hasard, à bien des égards, prendra la forme d'Anna Grigorievna Snitkine, une sténographe qu'il épouse en 1867 et qui brillera par son abnégation.
3. Ibid. p. 90
4. Cf. Gustave Aucouturier, introduction au Journal d'un écrivain, La Pléiade, 1972, p. IX.
5. Ibid. p. 90
6. Lettre à son frère (16 août 1839). «J'ai versé bien des larmes sur la fin de notre père» est la seule allusion conservée de Dostoïevski à la mort soudaine de son père, cf. F. M. Dostoïevski, Correspondance, tome I, éd. Bartillat, p. 182.
7. Le journal d'un écrivain, janvier 1877 (trad. G. Aucouturier), La Pléiade, p. XX.
8. Ibid. p. 876.
9. Dostoïevski qualifie le groupe «d'association criminelle». Le journal d'un écrivain, janvier 1877, p. 865.
10. On en trouve le récit détaillé par Dostoïevski lui-même dans la lettre à son frère du 22 décembre 1849. F. M. Dostoïevski, Correspondance, tome I, p. 321.
11. F. M. Dostoïevski, Correspondance, tome I, p. 321.
12. Ibid. p. 321.
13. Lettre du 28 mai 1870 à Strakhov. Dostoïevski complète cet aveu: «...mais pas en ce qui concerne mon amour pour elle, sur le plan de l'amour, je suis fort». Correspondance, tome II, p. 582.
14. Mikhïal Bakthtine, La poétique de Dostoïevski, L'Age d'homme, 1970.


© Lire e Jean Montenot
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quarta-feira, março 09, 2005
Rostos da Cultura
O Ministério da Cultura contará com:

Isabel Pires de Lima - Ministra da Cultura. Eleita deputada em 1999, a escritora e professora universitária é especialista em obra queirosiana e integra o Conselho Cultural da Fundação Eça de Queiroz.

e, provavelmente:

Idália Moniz - Secretária de Estado. Uma violinista emprestada à política, vereadora da Câmara de Santarém.

Estaremos atentos! E esperançados!
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Blog a visitar

Bibliografía, noticias y enlaces sobre edición digital y tradicional, lectura, escritura, libros, ...
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Sentido Obrigatório
No CCB:

Rebecca Horn Bodylandscapes
Desenhos, escultura, instalações 1964-2004
Co-produção: CCB, K20, Hayword Gallery, Martin Gropius Bau

4 de Fevereiro a 17 de Abril
das 10h às 19h Galeria 1

Comissário: Armin Zweite

Rebecca Horn – uma artista de renome internacional e várias vezes premiada – é amplamente conhecida pelos seus objectos mecânicos e esculturas móveis, instalações e obras relacionadas com a arquitectura, que impressionam pelo imaginário assombroso e enorme qualidade. Igualmente aclamados são os filmes da artista, que cobrem um amplo espectro, do experimental ao narrativo, e unem de maneira brilhante o poético ao surreal, extraindo efeitos chocantes de lugares comuns e plausíveis.

Nesta mostra representativa, O centro Cultural de Belém apresenta cerca de 15 objectos e trabalhos de grandes dimensões produzidos nos últimos 40 anos. Esta exposição é especialmente significativa porquanto inclui cerca de 85 obras

sobre papel. Este conjunto complexo de obras de Rebecca Horn, apresentado pela primeira vez em tão grande escala, conduz a um melhor entendimento do diálogo profícuo e intenso entre a rica produção gráfica da artista e os seus projectos escultóricos, ao mesmo tempo que testemunha a originalidade e a autenticidade dos próprios desenhos.
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terça-feira, março 08, 2005
"La Biennale"

Para mais informações.
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"La Biennale" - Veneza e a polémica em Itália
Biennale senza Italia
Presentata la nuova edizione della Biennale di Venezia, che invaderà la laguna dal 12 giugno al 6 novembre. Due donne come curatrici, le spagnole Rosa Martìnez e Marìa de Corral. Arrivano artisti da 73 paesi, e la Cina. Ma pochissime sono le presenze italiane

Biennale di Venezia classe 2005: sempre più internazionale, sempre meno italiana. Per la sua 51esima edizione, a festeggiare dal 12 giugno al 6 novembre i suoi primi 110 anni, l'attesa rassegna lagunare si autocelebra - per voce del suo presidente Davide Croff - come la prima ad essere guidata da due donne e per giunta spagnole, Marìa de Corral, che firmerà la supercollettiva al Padiglione Italia nei Giardini "L'esperienza dell'arte", e Rosa Martìnez, patron dell'Arsenale con l'altrettanto superaffollata mostra "Sempre un po' più lontano". Ma dei 42 artisti scelti da Marìa de Corral, solo due sono italiani - Monica Bonvicini e Francesco Vezzoli - e dei 49 selezionati dalla Martìnez, solo tre sono figli del tricolore - le romane Micol Assael e Bruna Esposito e Gianni Motti che lavora insieme allo svizzero Cristoph Buchel. E se quest'anno la manifestazione vanta la partecipazione di ben 73 paesi, con 31 allestimenti nei padiglioni dei Giardini, e 42 interventi a tappeto sulla città, con new entry come Afghanistan, Albania, Marocco e non solo, dell'Italia rimane sulla carta il magro bottino dello smilzo padiglione Venezia ai Giardini dove sfilano i vincitori del premio per la giovane arte italiana organizzato dalla Darc (Direzione generale per l'architettura e l'arte contemporanea) presieduta da Pio Baldi, nello specifico, Manfredo Beninati, Loris Cecchini, Lara Favaretto e l'argentina Carolina Raquel Antich. Dov'è dunque l'Italia? All'obiezione, Marìa de Corral ricorda che la Biennale di Venezia è una mostra internazionale, ma Davide Croff dà appuntamento alla prossima edizione del 2007, quando si realizzerà ex novo un padiglione "Italia" all'Arsenale tutto dedicato alla promozione e al sostegno dell'arte italiana: "Abbiamo già individuato l'area all'Arsenale - dichiara Croff - lo spazio già esiste, ma deve essere allestito da un architetto che dobbiamo nominare. Sarà un palcoscenico esclusivo per gli artisti italiani, con un suo specifico curatore". Aspettando con pazienza di vedere un po' di Italia alla Biennale '007, la rassegna della prossima estate veneziana si caratterizza da "un'ampia riflessione - come spiega Croff - su come siamo arrivati all'arte contemporanea di oggi, e su come la realtà creativa di oggi possa essere prefigurazione di un domani comunicativo". Cuori pulsanti saranno, appunto, le due mostre "specifiche e complementari" firmate dalle due ladies iberiche per una Biennale "non femminista - avverte Marìa de Corral - ma femminile, che lascia emergere le caratteristiche proprie delle donne. Che racconta territori dell'intimo, esperienze emozionali, espressioni di desideri, di fragilità e di tutto ciò che è pienamente emotivo".

I famosi e suggestivi 9mila metri quadrati dell'Arsenale, tra Corderie e Artiglierie, saranno invasi dalla supercollettiva di Rosa Martìnez, "Sempre un po' più lontano": "Un titolo che cita la mia fonte d'ispirazione - racconta la mora curatrice - Corto Maltese, il personaggio d'avventure ideato dal fumettista veneziano Hugo Pratt. Mi piace questa figura di avventuriero, di viaggiatore romantico. In particolare, la scena in cui una zingara legge la mano a Corto Maltese da bambino e gli dice che la linea del destino non c'è sulla sua mano. Lui, allora, prende un coltello e se la traccia da solo. Si costruisce il suo destino. Così, io ho scelto artisti che hanno lavorato almeno negli ultimi dieci anni e che hanno seguito una traiettoria molto personale. Sono convinta che un curatore debba sfruttare al meglio questa traiettoria, senza contaminarla o guidarla". Il suo è un panorama variegato, segnato dalle tendenze più attuali, frammentario e convulso, apparentemente distonico. Dove ogni artista esprime se stesso e basta, piccoli grandi a-soli, da Olafur Eliasson, a Samuel Beckett, da Mona Hatoum a Rem Koolhass, da Mariko Mori a Pascale Marthine Tayou.

Il Padiglione Italia diventa "L'esperienza dell'arte" secondo Marìa de Corral, rossa, impeccabile, inalterabile. "L'arte è un'esperienza, un'emozione, un piacere e con questa mostra voglio recuperare questi valori. Mi piacciono gli artisti capaci di emozionarsi di fronte ai cambiamenti del mondo e che sanno rinnovare le modalità di raccontare questi cambiamenti. Per questo ho fatto un lavoro sulle opere. Mi sono interessato al contenuto. Ho cercato quelle che sanno comunicare uno sguardo sul mondo. Il Padiglione Italia diventa un labirinto. Non c'è un tema, ma una cosmologia. Gli artisti sono legati da un fil rouge che è il loro modo di vedere il mondo e raccontarlo. La mia mostra non vuole essere uno spettacolo, ma un viaggio nell'intimo dell'artista". E ogni artista si racconta attraverso quattro opere, costruendo una micro-personale all'interno della macro-collettiva. E spiccano nomi storici più manualizzati, che hanno lavorato negli anni '50, '60, '70, '80, da Francis Bacon a Dan Graham, da Donald Judd a William Kentridge, da Antoni Tàpies a Bruce Nauman, da Marlene Dumas a Gabriel Orozco, da Leandro Erlich a Chen Chieh-jen.

Due mostre elaborate a tempo record, in cinque mesi, dalla nomina delle curatrici da parte della direzione della Biennale. "Mostre che - come scherza la Martìnez - appartenendo ad una tradizione cattolica e credendo nei miracoli, siamo riuscite a costruire". Extra moenia, una decina di installazioni fluttueranno in roccaforti espositive disseminate nella laguna, a partire dalla riva antistante l'ingresso dei Giardini, che ospiterà la gigantesca opera di Fabrizio Plessi "Mare verticale", una sorta di totem high tech alto 44 metri di acciaio e alluminio, tenuto a battesimo nel 2000 dall'Espo di Hannover. Creatura che volerà in Cina nel 2006, in occasione dell'anno dell'Italia nella terra di Confucio. E, a proposito di Cina, avverte Pio Baldi: "Abbiamo concluso le trattative con i rappresentanti cinesi per allestire un padiglione cinese nell'Arsenale per la Biennale 2005. Quest'anno sarà solo un intervento provvisorio per poi costruire uno spazio permanente per questo paese dalla prossima edizione".

Non mancheranno gli eventi collaterali, in tutto 23 tra convegni, performance, seminari, mastre che coinvolgeranno anche Mestre e Marghera. E se l'imminente edizione è stata orchestrata "di corsa", per la prossima del 2007 già la macchina è all'opera: "Abbiamo avviato un progetto pluriennale - spiega Croff - questa Biennale rientra in un programma di più ampio respiro. Abbiamo già nominato il prossimo curatore, Robert Storr, che terrà il grande Simposio a Venezia nel dicembre prossimo, un dibattito sull'arte contemporanea dove confluiranno i temi affrontati nei seminari di San Paolo, Shangai e Instambul". E per il 2006 si conferma, oltre alla spedizione italiana alla corte dei Ming, l'emigrazione della Biennale nelle otto regioni del Sud, con la rassegna "Sensi Contemporanei".
LAURA LARCAN, La Reppublica (7 marzo 2005)
posted by George Cassiel @ 3:50 da tarde   0 comments
Dia Internacional da Mulher - a propósito até na Suécia
  • Notícia no Le Monde:

    En Suède, le combat pour l'égalité des sexes est une constante politique

    Le Parlement compte 47 % de femmes et les Suédoises ont un des taux d'emploi les plus élevés d'Europe. Mais les féministes, qui envisagent de créer leur propre parti, estiment que beaucoup reste à faire, notamment en matière de violence.
    Stockholm de Antoine Jacob

    La grogne monte du côté des féministes suédoises. A les entendre, le royaume scandinave ne mérite pas la réputation dont il jouit à l'étranger dans le domaine de l'égalité des sexes. Elles jugent la situation suffisamment préoccupante pour envisager de créer leur propre formation politique, en prévision des élections législatives de 2006, afin de changer les choses. Selon un sondage, publié dimanche 6 mars par le quotidien populaire Aftonbladet, 23 % de l'électorat est disposé à voter pour un tel parti.

    "Presque tous les partis politiques traditionnels du pays se prétendent féministes mais dans les faits, ils n'agissent pas tant qu'on ne leur met pas la pression", s'indigne Maria-Pia Boëthius, une des chevilles ouvrières de ce projet de parti des femmes. Cette journaliste et écrivain avait déjà initié un mouvement au début des années 1990, en vue de promouvoir les femmes au sein des structures politiques suédoises. Résultat : à l'issue des législatives de 1994, le Parlement était composé de plus de 40 % de femmes. Une proportion passée à 47 % aux élections de 2002, un record !

    La perspective de voir apparaître un parti des femmes inquiète les états-majors politiques, surtout à gauche. Pour occuper ce créneau, Marita Ulvskog, la secrétaire générale du Parti social-démocrate, au pouvoir, a décidé de lancer, le 8 mars, Feminista, un "réseau" destiné à faire avancer la cause des femmes. Cette responsable considère, elle aussi, que l'élan des années 1990 est brisé.

    Même s'il n'y a jamais eu de "Madame le premier ministre" en Suède, ce pays est considéré comme un modèle pour la place des femmes en politique. Tout gouvernement se doit désormais d'afficher, dans sa composition, un équilibre total entre les deux sexes. Si d'aventure le poste de ministre de l'égalité est occupé par un homme, comme c'est le cas actuellement, le moindre de ses propos est disséqué par les féministes.



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Já nas bancas!
posted by George Cassiel @ 3:39 da tarde   0 comments
Novas leituras em mãos.

As Lições dos Mestres, de George Steiner
Editor: Gradiva
Sinopse
"A necessidade de transmitir conhecimento e competências, e o desejo de os adquirir, são constantes da natureza humana. Mestres e discípulos, ensino e aprendizagem, deverão continuar a existir enquanto existirem sociedades. A vida tal como a conhecemos não poderia passar sem eles. Contudo, há mudanças importantes em curso (...) A computação, a teoria da informação e o acesso à mesma, a ubiquidade da Internet e da rede global, envolvem muito mais do que uma revolução tecnológica. Implicam transformações de consciência, de hábitos de percepção e de expressão (...) O impacto sobre o processo de aprendizagem é já capital (...) [Contudo] a aura carismática do professor inspirado, o romence da persona no acto pedagógico, perdurarão certamente (...) a sede de conhecimento, a necessidade profunda de compreender, que estão inscritas no melhor dos homens e das mulheres."
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segunda-feira, março 07, 2005
"La mort du roman sera aussi la tienne"*
*A crónica de Frédéric Beigbeder, na Lire deste mês.

"L'autre soir, je prenais un verre avec une ravissante animatrice de télé, blonde aux yeux bleus et aux pommettes saillantes. Après quelques bloody mary, tout d'un coup, elle se confia à moi. Sans doute les vitamines du jus de tomate: «Tu sais, Frédéric, c'est affreux: je ne lis plus de romans.» Cet aveu semblait lui faire du bien. Elle culpabilisait depuis des mois. «J'ai honte mais tu comprends, je n'ai plus le temps: je dois déjà me taper tous les journaux et magazines, j'ai des piles de Libé en retard, des vieux Nouvel Obs d'il y a trois semaines que je n'ai même pas ouverts, des Madame Figaro entassés, comment veux-tu que je trouve le temps de lire des romans?»

Je me suis alors aperçu que la presse menaçait le livre à cause d'une nouvelle toxicomanie: la magazinite. J'avais déjà eu cette conversation avec Michel Polac, qui m'avait confessé son addiction. Pendant des années, il avait eu du mal à décrocher. Il lisait tous les journaux, tous les jours. Il sacrifiait un temps infini pour faire une revue exhaustive de la presse. De plus en plus de gens en sont atteints: j'en connais même qui ne se contentent pas des magazines français, il faut aussi qu'ils épluchent le Vogue américain, le GQ (Gentleman's Quarterly) allemand, le Vanity Fair italien, le Tatler anglais... au détriment du dernier Modiano. On croit souvent que la télévision tue la lecture mais le véritable ennemi est peut-être le kiosque du coin. Et ce n'est pas tout. Sur sa lancée, ma copine audiovisuelle prolongea sa confession: «Je dois aussi parcourir toutes les biographies de mes invités, leurs témoignages et mémoires, les documents d'actualité, les essais économiques et politiques, forcément ce n'est pas de ma faute si les romans sont moins urgents...» Le roman était en train de disparaître parce qu'il racontait des histoires inutiles, décrivait des personnages imaginaires, distillait des pensées inactuelles, narrait des aventures irréelles. Le roman n'était pas «nécessaire» à notre époque.

Je ne savais plus très bien quoi dire à ma jolie speakerine. Pour gagner du temps, je lui commandai un autre bloody mary. Et puis une image pédagogique me vint comme une douce colère. «Vois-tu, Alexandra, un jour j'espère lointain, tu seras allongée sur un lit d'hôpital, très malade, et le médecin fera une drôle de tête en regardant tes analyses. Ne proteste pas, cela nous arrivera à tous inéluctablement. Et à quoi penseras-tu au moment d'y passer? A tes enfants qui courent sur une plage. Au sourire des hommes que tu as aimés. A des paysages dans des pays lointains, des montagnes vertes sous le soleil, des villages sentant le pain chaud. A des nuages aux formes étranges. A tes parents. Au visage de ta mère le jour de tes dix-huit ans. A celui de ton père quand tu t'es mariée. C'est à tout cela que tu penseras au moment de partir. Quand tu auras les tuyaux dans les bras, tu ne penseras pas à Jean-Pierre Raffarin, ni à George Bush, ni à l'équipe de France de football, ni à France 2 ou Paris Première, ni à la dernière collection de Christian Dior, ni au divorce de Brad Pitt. Toute cette actualité, toute cette presse magazine, tous ces conseils sexuels, ces horoscopes débiles, ces potins vains, toutes ces images éphémères, ces photos chic, ces analyses et bios, ces interviews-portraits de Marc-Olivier Fogiel, ces dossiers très actuels, ces livres fabriqués sur l'économie libérale ou l'avenir de Sarkozy, tout ça c'est du vide, de l'écume, ce n'est rien, ça n'existe même pas! Les choses importantes de ta vie, les journaux n'en parlent jamais. Les choses belles dont tu te souviendras au moment de ta mort ne sont pas imprimées dans les magazines, ni dans les témoignages de stars. Ta nostalgie, tes amours, ta famille, le sens de ton existence, la beauté, la vérité, tout cela est dans les romans et nulle part ailleurs. Il n'y a qu'en lisant des romans que tu as la conscience d'exister. Te priver de romans, c'est te priver de ce qui te rend grande et éternelle. La société actuelle se détruit en fuyant les romans. La mort du roman sera aussi la tienne, la mienne, la nôtre.» Mais elle ne m'écoutait plus. Déjà son portable sonnait. Elle devait replonger dans sa vitesse trépidante. Elle avait des rendez-vous, elle était en retard. Elle me laissa seul avec mes romans inutiles sur les bras. Et je me disais: ô mon Dieu, faites qu'elle ne meure jamais."

© Lire e Frédéric Beigbeder.
posted by George Cassiel @ 11:56 da manhã   0 comments

GEORGE CASSIEL

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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira. Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto." Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)

«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera» Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas

 
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