sexta-feira, março 30, 2007 |
Da verdade |
"Um dos aspectos que provoca por vezes confusão na compreensão da natureza da ciência é o facto de os cientistas errarem. É uma tentação argumentar que, dado que os cientistas se enganam e defendem por vezes teorias incompatíveis entre si, a ciência está afinal ao mesmo nível da bruxaria ou de qualquer outra manifestação cultural, nomeadamente religiosa. É apenas um método de descobrir verdades, entre outros — nem melhor, nem pior."
in "Ciência e Erro", post do Blog De Rerum Natura (colectivo de Carlos Fiolhais, Desidério Murcho, Helena Damião, Jorge Buescu, Palmira F. Silva, Paulo Gama Mota, Sofia Araújo). Leitura aconselhada. |
posted by George Cassiel @ 9:35 da manhã |
|
|
quarta-feira, março 28, 2007 |
MICROGRAMA (II) |
Ainda ouço o eco dos meus sonhos, de umas vontades que se diluíram no tempo. Marcaram-me o rosto, sulcaram-me as mãos, e entranharam-se profundamente nas minhas entranhas, que se abriram em espuma de luz. Mas não se transformaram em vida. A voz que se ouve já não é a minha. A minha surge como se dissesse um segredo, vindo das profundezas da terra, dos sulcos do meu rosto que guardam as últimas vontades, os primeiros ecos da minha memória. Na noite em que bebi um veneno, queimei as mãos. Queimei-me com o ácido que transportava no bolso das calças, como se isso fosse uma atitude normal.
G. Cassiel |
posted by George Cassiel @ 6:04 da tarde |
|
|
|
Assim mesmo. |
"Todos nós, homens e mulheres, não somos, de facto, tão diferentes, senão aquilo que escrevemos ou pintamos não teria nenhum impacto nos outros. Afinal, o que nos faz aderir a um livro é pensar «É mesmo isto que eu sinto e não era capaz de exprimir», não é?" António Lobo Antunes (1992) |
posted by George Cassiel @ 5:52 da tarde |
|
|
|
A descobrir, brevemente |
Akateeminen Kirjakauppa Helsinki (Alvar Aalto, 1969) |
posted by George Cassiel @ 11:21 da manhã |
|
|
quinta-feira, março 22, 2007 |
Résiste |
"Résiste Prouve que tu existes..." (em tom de oração!) |
posted by George Cassiel @ 3:00 da tarde |
|
|
|
Estas coisas saltam-lhe da cabeça! |
É o caso do Alberto Serra. Que depois de jornalista, poeta e sonhador, deixou sair da cartola um quarto ano de programação poética para St. Tirso. E que brilhante novamente. Como brilha a tua imaginação, amigo! Como brilham as tuas palavras de poeta e fazedor de poetas. Na última semana enclausuraste alguns. Ontem deram à luz os sons secos das palavras, despidas como nos mosteiros que lhes ofereceste. Parabéns Alberto. Que te continuem a sair ideias destas... do coração. |
posted by George Cassiel @ 9:27 da manhã |
|
|
quarta-feira, março 21, 2007 |
Cadeira, em dia de poesia |
|
posted by George Cassiel @ 3:28 da tarde |
|
|
|
Provocação, em dia de Poesia |
ou, por vocação...
«Por que continuam os homens a escrever poesia? E por que continuam outros homens, irrazoavelmente, a lê-la?» Manuel António Pina |
posted by George Cassiel @ 3:16 da tarde |
|
|
|
MICROGRAMA, em dia de poesia |
Guardo-me nos lugares onde se colocam as coisas que não quero perder, onde não há sequer uma única palavra que me destrua, e nada fará de mim coisa alguma nem ninguém. Guardo-me, quieto, imóvel, dentro de livros, por entre as folhas. Nos pedaços mais indecifráveis das palavras. Não conheço as palavras justas para descrever esse lugar onde me espero e os lábios secam de silêncios, meus. Se a minha boca se abrisse, ou se essa gaveta se desvelasse… G.Cassiel |
posted by George Cassiel @ 3:11 da tarde |
|
|
|
Ora aí está: se tu podes ser, eu também posso! |
"O lavrador siciliano tinha comprado um horta. Preocupava-o o ter de registá-la, mas o notário acalmou-o: a acta era coisa simples. No dia seguinte a papelada estava pronta. - Assine aqui. - Eu bem pensava... Vamos ter um problema, porque sou analfabeto. - Problema nenhum. Faça nesta linha uma cruz, é a assinatura, o mesmo que o seu nome. O lavrador risca duas cruzes. O notário irrita-se: - Homem! Era só uma cruz! O nome. - Bem ouvi, mas uma é o meu nome, a outra é Dottore." |
posted by George Cassiel @ 9:43 da manhã |
|
|
quinta-feira, março 15, 2007 |
Inevitabilidade e justiça |
Lobo Antunes é o vencedor do Prémio Camões. O júri formado por Francisco Noa (Moçambique), João Melo (Angola), Fernando Martinho, Maria de Fátima Marinho (Portugal), Letícia Malard e Domício Proença (Brasil), decidiu o inevitável. «Ao princípio, receber prémios dava-me prazer e, ao mesmo tempo, inquietava-me. Os prémios são bons porque é muito difícil para quem escreve ser um escritor profissional. Lamento que pessoas com talento tenham de trabalhar noutra profissão e só possam escrever à noite e aos fins-de-semana. Isso aconteceu comigo há 10 ou ou 15 anos, quando me matava, porque escrevia das 11h da noite às 4 da manhã. Escrever requer todo o nosso tempo e é mais importante do que a nossa vida e o nosso trabalho» (...) «Que vai fazer em seguida, António? Estou a tentar começar um livro, mas não sei se é um livro ou não. Era o que estava a fazer, quando chegou esta chamada. Lamento tê-lo interrompido. Não faz mal.»
Courrier Internacional, Jaime Reyes Rodriguez, Janeiro de 2007 |
posted by George Cassiel @ 9:32 da manhã |
|
|
quarta-feira, março 14, 2007 |
Demoro-me pelas cidades... |
assim...
por aqui...
... à Bruxelles |
posted by George Cassiel @ 5:39 da tarde |
|
|
|
"Despeça-se por carta... assim não preciso de dar explicações!" |
Paolo Pinamonti desmente o Ministério da Cultura, que afirma que o responsável saiu porque quis, depois de recusar as condições que lhe foram propostas para continuar à frente do S. Carlos.
Pode ser um hábito instalado... "Se começas a fazer um bom trabalho, vais embora! E para não me aborrecer, recebes uma cartinha e fica tudo arrumado!" |
posted by George Cassiel @ 10:39 da manhã |
|
|
terça-feira, março 13, 2007 |
Ando por cá |
Percebi que o último post tem a data de 25 de Janeiro... shame on you!Sabe bem regressar. Soube bem ler interromper. E que tal regressar pelo que se anda a ler. Ora aí vai: |
posted by George Cassiel @ 3:05 da tarde |
|
|
|
GEORGE CASSIEL
Um blog sobre literatura, autores, ideias e criação.
_________________
"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle
chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira.
Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente
cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto."
Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)
«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera»
Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas |
|
|
|