quarta-feira, fevereiro 16, 2005 |
Prémio para António Franco Alexandre |
A obra "Duende", de António Franco Alexandre, editada pela Assírio & Alvim venceu o prémio Correntes d`Escritas/Casino da Póvoa, no valor de 10 mil euros. O júri foi composto por Isabel Pires de Lima e Rosa Maria Martelo, ambas professoras da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, pelos poetas Luís Carlos Patraquim e Vergílio Alberto Vieira e pela escritora Patrícia Reis.
Os dez finalistas eram: Duende" de António Franco Alexandre, "Lições de Trevas", de Fernando Guimarães, "Nenhum Nome Depois" de Maria do Rosário Pedreira, "O Estado dos Campos" de Nuno Júdice, "O Tabaco de Deus" de Paulo José Miranda, "Os Livros" de Manuel António Pina, "Paraíso Apagado por um Trovão" de José Luís Tavares, "Repercussão" e "Rua de Portugal" ambos de Gastão da Cruz, e "Zona de Caça" de Jaime Rocha.
De "Duende": "É mais fácil de longe imaginar o que seria ter-te aqui presente do que seria ter-te e não saber com que forma de corpo receber-te. Talvez um amplo véu oriental ou o brilho mental de uma armadura me deixassem arder sem ser molesto no lume horizontal de uma figura. Se te vejo, já está o meu desejo, enquanto estavas longe, satisfeito, no teu olhar encontro tudo quanto à altura de amor é mais perfeito. E no entanto, perto, fico incerto se não é melhor bem o que imagino."
"Tal como és, assim te quero, e sempre diverso cada dia do que foste; cada imperfeito gesto que inventares me fará desejar-te em outro verso. Da arte do soneto feito mestre no concurso sem regra da floresta, na mais pequena folha te descubro e no caule do vento é que te perco. Da turva luz já retirei o emblema que me sirva de rosto permanente e venha o cabeçalho do poema; e pedirei á noite que me empreste um farrapo do manto incandescente de que se veste, agora, para ter-te." |
posted by George Cassiel @ 2:59 da tarde |
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GEORGE CASSIEL
Um blog sobre literatura, autores, ideias e criação.
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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle
chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira.
Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente
cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto."
Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)
«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera»
Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas |
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