terça-feira, fevereiro 15, 2005 |
José Gil |
Faltou aqui uma referência a este livro:
Este é um bom exemplo de uma obra que se tornou fundamental, não pela publicidade que a acompanhou, mas pela indiscutível pertinência e qualidade da reflexão proposta pelo autor. Uma visão "límpida" sobre a realidade portuguesa.
O Autor explica-o: "Tratando o pequeno escrito acima apresentado um tema difícil de classificar, impõe-se acrescentar algumas observações. O objecto do texto aproxima-se mais do que os historiadores chamam "mentalidades" do que de qualquer outra matéria disciplinar. Mas recorre-se a apontamentos etnográficos, a factos e anedotas triviais, a conceitos psicanalíticos e filosóficos, a outros da ciência política, etc. Digamos que, epistemologicamente, o campo explorado é indefinido, com uma transversalidade no trajecto de certas noções que pode ter as suas vantagens. (...) Enfim, contrariamente ao que pode parecer, nenhum pressuposto catastrofista ou optimista quanto ao futuro do nosso país subjaz ao breve escrito agora publicado. Se não se falou "no que há de bom", em Portugal, foi apenas porque se deu relevo ao que impede a expressão das nossas forças enquanto indivíduos e enquanto colectividade. Seria mais interessante, sem dúvida, mas também muito mais difícil, descobrir as linhas de fuga que em certas zonas da cultura e do pensamento já se desenham para que tal aconteça. Procurou-se dizer o que é, sem estados de alma, mas com a intensidade que uma relação com este país supõe." |
posted by George Cassiel @ 11:23 da manhã |
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2 Comments: |
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Li a entrevista dele à Pública, há uns dias e pareceu-me certeiro. Os traços do portuguesinho estavam todos na análise dele, mas o seu olhar não era paternalista ou de lamentação sobre nós próprios. Era certeiro nos diagnósticos e as conclusões do que havia a mudar saltavam à vista. Fiquei com vontade de ler. Um abraço e votos de um bom governo (é com dizes acima, agora não há mesmo desculpas).
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GEORGE CASSIEL
Um blog sobre literatura, autores, ideias e criação.
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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle
chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira.
Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente
cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto."
Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)
«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera»
Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas |
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Li a entrevista dele à Pública, há uns dias e pareceu-me certeiro. Os traços do portuguesinho estavam todos na análise dele, mas o seu olhar não era paternalista ou de lamentação sobre nós próprios. Era certeiro nos diagnósticos e as conclusões do que havia a mudar saltavam à vista. Fiquei com vontade de ler.
Um abraço e votos de um bom governo (é com dizes acima, agora não há mesmo desculpas).