segunda-feira, abril 11, 2005
os 16.000 versos traduzidos por Frederico Lourenço!

Pela Cotovia, nas livrarias.

Frederico Lourenço, em entrevista ao DN de 23 de Março conduzida por Isabel Lucas:
"(...) Nunca seria capaz de traduzir a Ilíada se não tivesse feito a Odisseia. A tradução compacta demorou dois anos, foi um contacto diário com mortes, com sangue, com esse viver no extremo... Isso cria uma relação diferente com o texto, com a noção de morte. O poeta precisa de criar esse mundo de horror para contrapor o mundo humano, o mundo da paz que não existe mas que se deseja mais do que qualquer coisa. A grande tragédia da Ilíada é a paz como impossibilidade. Acho que a vida humana é Tróia. Uma cidade sitiada, com a violência e a crueldade a crescer. É o grande enigma da nossa civilização. Está tudo por resolver como no tempo da Ilíada."

"(...) É preciso muita força de vontade, muita disciplina. Mas a grande dificuldade é saber que as traduções ficam sempre muito aquém da beleza do original. Por outro lado, é um texto que se presta a ser traduzido. Pelo menos senti isso, senti o encontro total, como não tinha sentido na experiência de traduzir tragédia grega. Acho que as minhas traduções ficam por aqui porque não vou encontrar nada que esteja ao nível de Homero, nada com uma linguagem que me satisfaça tanto como aconteceu com a Odisseia e com a Ilíada. Acho que foi o meu contributo para a tradução das línguas clássicas. Mas se há muitas dificuldades, haverá também muitas 'facilidades' no sentido em que, por exemplo, não é tão difícil como traduzir um diálogo de Platão, porque a própria língua é mais arrevesada."
posted by George Cassiel @ 3:12 da tarde  
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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira. Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto." Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)

«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera» Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas

 
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