quarta-feira, janeiro 12, 2005 |
Dúvidas eleitorais |
Acordei assaltado por uma pergunta: quais são as propostas dos partidos candidatos às próximas eleições legislativas em matéria de política cultural?
Não tenho dúvidas: é fundamental o equilíbrio orçamental, o combate à evasão fiscal, a resolução do sério problema do desemprego, a aposta em políticas de inclusão social e de combate à pobreza, o estímulo ao crescimento económico, a resolução de velhas questões (relacionadas com referendos) objecto de criminalizações inadmissíveis, propostas de combate ao endividamento familiar, soluções para o mercado de arrendamento, afirmação no contexto europeu e transatlântico, estímulos ao investimento, estabilidade nas políticas educativas, seriedade nas opções quanto às regras reguladoras do ensino superior, combate à desertificação do interior, clarificação do modelo político-administrativo do país, desburocratização e promoção da eficiência na administração pública, o combate à privatização de alguns serviços nucleares do estado, a aposta numa melhoria significativa dos serviços de saúde, enfrentar definitivamente e sem receios corporativistas alguns "poderes de classe profissional" instituídos, a aposta na eficiência do sistema judicial, definição de uma estratégia para os resíduos sólidos urbanos e para os industriais perigosos, etc, etc, etc....
e sobre cada uma destas coisas, e tantas outras, muito pode ser dito, discutido, proposto e realizado... discuto-as por entendê-las como questões importantes e, algumas delas, fundamentais e estruturantes num país social e economicamente equilibrado e desenvolvido.
Sobre cada uma destas questões, tenho ouvido, aqui ou ali, opiniões formadas ou ideias mais ligeiras, simples manifestação de intenções ou, apenas, afirmações simplistas... mas vou ouvindo e lendo!
... e quanto a políticas culturais? Têm menos repercussão na comunicação social, há menos interesse por parte dos cidadãos nestas matérias, ou, de facto, não há grande motivação para apresentar propostas, por que não são entendidas como fundamentais nem estruturantes neste país?
Não pretendo valorizar excessivamente esta matéria, quando comparada com as questões anteriores. No entanto, não posso, nem devo como cidadão, desvalorizá-la!
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posted by George Cassiel @ 11:01 da manhã |
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GEORGE CASSIEL
Um blog sobre literatura, autores, ideias e criação.
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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle
chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira.
Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente
cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto."
Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)
«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera»
Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas |
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