sexta-feira, abril 20, 2007 |
MICROGRAMA (IV) |
De madrugada, regresso. Não sei se parta ainda hoje com eles. Os amigos aguardam-me e enlouquecem. E eu não quero segui-los. Mas enlouqueço, também, de outra forma, num espaço obscuro, no silêncio, que arde. Guardo-me. Talvez o mar me acorde e eu fuja desses lugares entre as palavras. E me desinquiete. Se, um dia, num lugar incerto, me vieres visitar, então saberei que terei morrido.
G. Cassiel |
posted by George Cassiel @ 10:17 da manhã |
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2 Comments: |
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:)
(não se me ocorre mais nada p te dizer, a não ser sorrir-te. já me levaste todos os adjectivos para esta série.)
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são uma agradável surpresa estes seus textos.
"talvez o mar me acorde", é fundamental deixar que o mar nos acorde.
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GEORGE CASSIEL
Um blog sobre literatura, autores, ideias e criação.
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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle
chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira.
Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente
cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto."
Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)
«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera»
Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas |
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:)
(não se me ocorre mais nada p te dizer, a não ser sorrir-te. já me levaste todos os adjectivos para esta série.)