| sexta-feira, novembro 05, 2004 |
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Chegou-me às mãos, fresquinho, "Amar não acaba" do Frederico Lourenço, pela Cotovia. Uma crónica muito pessoal que promete!
Dele disse-se no DN de 23 de Outubro:
"Talvez se possa achar que F. Lourenço ainda é novo o suficiente para não publicar já estas suas confissões. Mas a idade não conta quando se cria um mundo próprio como aquele em que o escritor, decerto, vive.
Talvez se possa achar que existe aqui mais do que um relatar de uma vida, pois esta literatura não disfarça um balanço de contar a vida, nem deseja ser fábula - é assim que foi e assim será.
Talvez se possa estar neste livro tão à vontade como em outra novela que demore 115 páginas e seja encadernada como esta, em fina lombada de cor clara.
Porque as histórias que nos conta ao longo deste volume não serão assim tão de uma só pessoa como se poderá pensar. Este acerto de contas com a adolescência é como um romance - justifica-se aqui a palavra «disfarça» usada acima - que nos envolve na realidade de «um» e pode estender-se a «uns» sem ser difícil fazer tal ponte.
Com o mote lançado ao segundo parágrafo, a «crónica pessoal» envereda por caminhos de uma sexualidade - onde o avô é um achado! -, e devora os anos que se seguem numa sucessão histórica, engole os factores sociais e vê-se submersa pela grandeza cultural. E, tal como o personagem de Calvino acabou por fazer, havia que fotografar. Nem que fosse o sonho!" por joão céu e silva |
| posted by George Cassiel @ 4:54 da tarde |
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GEORGE CASSIEL
Um blog sobre literatura, autores, ideias e criação.
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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle
chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira.
Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente
cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto."
Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)
«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera»
Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas |
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