Ouvir, sempre, Tonino Guerra... "quando chovia, gostava que me chovesse na boca." Amar as palavras assim é estar próximo do Som Original. Do som da Criação. De criança sempre gostei de canas e roubava-as do rio ainda verdes. Deixava-as depois estendidas ao sol durante todo o verão e recolhia-as, ligeiras, como o sussurro dos mosquitos.
Quando no inverno os ossos estalavam de frio e os gatos tossiam sobre o damasqueiro corria até ao sótão e metia as mãos no meio das canas quentes ainda com todo aquele sol em cima.
in O Mel, Assírio & Alvim
«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera»
in Livro das Igrejas Abandonadas, Assírio & Alvim |
Belíssimo. Pungente.
Um grande beijinho.
Meg
Ah! George quando vc for ao sub rosa, não deixe de dar um saltinho no meu outro blog só de textos especiais.
M.