Alemanha: Mundial de Jovens Poetas reune 32 autores em Junho
Os escritores José Luís Peixoto e Ondjaki vão representar Portugal e Angola, respectivamente, no Mundial de Jovens Poetas, que se realiza de 3 a 5 de Junho na Alemanha, país que vai acolher o Mundial de Futebol. No Mundial literário, como no futebolístico (que se realiza de 9 de Junho a 9 de Julho), «vão estar representados 32 países, o que permitirá um intercâmbio de autores muito interessante», revelou José Luís Peixoto à agência Lusa.
O escritor vê o encontro no teatro Mülheimer Theatertage NRW, na cidade de Mülheim, como uma oportunidade de «conhecer escritores de países como o Irão ou a Coreia, que raramente se deslocam a outros encontros literários».
No Mundial de Jovens Poetas cada convidado terá de apresentar a sua peça de música favorita, dar a conhecer o seu trabalho literário e ler - na língua materna - parte da peça «Endgame», de Samuel Beckett.
Poetas de países como o Togo, Trinidad e Tobago, Gana, Ucrânia, Costa do Marfim, Croácia, Equador ou Tunísia devem formar quatro equipas de oito elementos cada para mostrar a sua literatura num estilo de «competição amigável».
José Luís Peixoto - que escolheu como música o tema «Quando os nossos corpos se separaram», cuja letra escreveu para o grupo A Naifa - vai apresentar na Alemanha «um texto sobre crianças a jogar futebol de rua no Alentejo e excertos do romance Nenhum Olhar», revelou.
Por seu lado, Ondjaki declarou à Lusa que vai escolher «uma música angolana e seleccionar trechos de Bom Dia Camaradas».
Os dois escritores mostraram-se satisfeitos por representar os respectivos países e pelas vantagens que um encontro deste género possibilita.
«É sempre positivo representar Portugal e este Mundial vai permitir mostrar uma parte da literatura e da música portuguesas e pode abrir portas a iniciativas futuras», afirmou Peixoto, autor dos livros de poesia «A Criança em Ruínas» e «A Casa, a Escuridão».
Ondjaki - que escreveu os volumes de poesia «Actu Sanguíneu» e «Há Prendisajens com o Xão» - considerou que «é sempre bom ir em nome pessoal e de Angola».
Em declarações à Lusa, o autor angolano classificou de «louvável» a iniciativa da Alemanha que, a partir de um Mundial de futebol, «vai colocar em contacto poetas de 32 nações, que assim vão poder partilhar e divulgar a cultura dos seus países».
À margem das sessões públicas do Mundial de Jovens Poetas, os autores presentes na iniciativa vão travar conhecimento com uma das equipas que participam no Mundial de Futebol 2006.
Diário Digital / Lusa |