quinta-feira, setembro 01, 2005 |
Texto de Marquesa D'Aires |
Novo texto de Marquesa D'Aires, vencedora do concurso "Escritor Famoso":
"A chuva caiu farta, alagou a terra e deixou-me este sabor a húmido. Esta vontade de sol. O ar ficou cheio e eu não gosto do Inverno, dos dias curtos. Sinto a nostalgia do sol, do calor, das tardes infinitas, dos crepúsculos avermelhados. Sinto. Sigo ainda o ritmo dos meus avôs, guio-me pelas estações, pela chuva, pelo vento, pelos dias grandes ou pequenos. Conheço as regras da água, o apelo da terra. Em mim, uma família inteira deixou uma herança. Tão grande que me foge das mãos, que me pede um caminho. Não sei qual. Não sei. E vejo que definham perante os meus olhos. Estão velhos e cansados os braços que me embalaram. Sinto que lhes pesa o tempo nos ombros, enquanto guardo no coração a infância. E temo. E sinto o avanço dos dias." Marquesa D'Aires. |
posted by George Cassiel @ 1:04 da tarde |
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GEORGE CASSIEL
Um blog sobre literatura, autores, ideias e criação.
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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle
chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira.
Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente
cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto."
Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)
«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera»
Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas |
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