quarta-feira, maio 12, 2004
Aparição
não, não te recordo na novidade
sem que ninguém me mostre o desafio
do acaso solto que se precipita
sobre o destino.
se fosses o meu destempero
jogava o futuro
como se de um sítio adivinhado se tratasse
e inaugurava gestos tecidos sobre a memória
da coisa lembrada.

e via-te numa aparição disfarçada
de um barco de velas içadas
rumo ao limiar das tréguas
que se antevêem
arrastados pelo vento sem lágrimas.

e um rio insaciável
que se detém nas nossas mãos.
posted by George Cassiel @ 11:10 da manhã  
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"Este era un cuco que traballou durante trinta anos nun reloxo. Cando lle chegou a hora da xubilación, o cuco regresou ao bosque de onde partira. Farto de cantar as horas, as medias e os cuartos, no bosque unicamente cantaba unha vez ao ano: a primavera en punto." Carlos López, Minimaladas (Premio Merlín 2007)

«Dedico estas histórias aos camponeses que não abandonaram a terra, para encher os nossos olhos de flores na primavera» Tonino Guerra, Livro das Igrejas Abandonadas

 
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